Por Marcello Sigwalt
Após subir 0,51% em novembro, o custo da cesta básica da cidade do Rio de Janeiro caiu quase pela metade no último mês do ano, ao variar 0,28%, o que sugere uma tendência de acomodação dos preços de itens essenciais, em patamar bem inferior ao registrado em dezembro de 2023, quando avançou 1,42%.
De acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), a capital fluminense exibiu a terceira menor variação de preços em dezembro último, entre as 17 capitais analisadas, perdendo apenas para a vice Brasília (DF), com alta de 0,13% e a líder do ranking, Campo Grande (MS), com deflação 0,27%.
Em termos absolutos, no entanto, a cesta básica carioca, no montante de R$ 779,84, é a quarta mais cara do país, superada, apenas, por São Paulo (R$ 841,29), Florianópolis (R$ 809,46) e Porto Alegre (R$ 783,72). Em relação a Belo Horizonte, a mais barata da região Sudeste, a cesta do Rio é R$ 85,07 mais cara.
Mesmo figurando entre as de maior carestia no quadro nacional, a cesta do Rio apresentou variação de 5,58% em 2024, bem abaixo da média nacional (7,30%). A maior variação coube a João Pessoa, com alta de 11,91%, em contraste com a menor, de 2,24%, em Porto Alegre.
Diante desses resultados, o presidente da ASSERJ (Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro), Fábio Queiróz, comenta que "os dados mostram uma leve tendência de desaceleração nos preços, com impacto de fatores sazonais e mudanças climáticas no segundo semestre. Apesar disso, o Rio registrou um crescimento menor que a média nacional, sinal de que 2025 poderá trazer uma melhora no cenário".
Para a composição da alta de 0,28%, no acumulado de 12 meses, concluídos em dezembro, houve registro de elevações em oito dos 13 produtos pesquisados: o café em pó (53,73%); o óleo de soja (40,39%); a carne bovina de 1ª (19,70%); manteiga (8,65%); leite integral (8,37%); arroz agulhinha (7,47%); pão francês (6,12%) e banana (0,62%). Em contrapartida, recuaram os preços o tomate (-33,72%), a batata (-21,62%), a farinha de trigo (-11,76%), o açúcar refinado (-2,93%) e o feijão preto (-0,73%).
Em outra projeção, em dezembro do ano passado, o trabalhador carioca que ganha salário mínimo precisou cumprir 121h30 da jornada de trabalho mensal, a fim de adquirir os gêneros essenciais, tempo superior ao verificado em novembro de 2024, de 121h10.