Obras do Hospital do Fundão avançam, mas há pendências
Melhorias são visíveis, mas ainda falta concluir obras da gestão anterior
Por Marcello Sigwalt
Como um paciente que saiu do coma, mas ainda inspira muitos cuidados, o Hospital do Fundão, a 100 dias de iniciada a nova gestão, apresenta avanços relevantes, mas persistem problemas de infraestrutura.
Como pontos positivos, a unidade concluiu a contratação de 424 profissionais de saúde, além de um investimento de R$ 50 milhões, em insumos hospitalares e da renovação do Parque Tecnológico, mediante a aquisição de 760 computadores, um investimento de R$ 258 mil. Mas ainda há muito por fazer, a exemplo da conclusão de obras paradas, umas das prioridades do programa de reforma, em curso.
Com a assinatura, em 6 de maio deste ano, do contrato de gestão compartilhada, entre o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (Fundão), o Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira e a Maternidade Escola, pertencentes à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), passaram a ser administrados pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), vinculada ao Ministério da Educação (MEC).
Ao fazer, nessa segunda-feira] (23) um balanço dos primeiros 100 dias da nova gestão, o presidente da Ebserh, Arthur Chioro, destacou como pontos prioritários: a contratação de pessoal, a abertura de leitos e a aquisição de insumos, embora a infraestrutura das unidades hospitalares, historicamente sucateada, ainda careça de melhorias, como áreas deterioradas e depósitos de sucata, sinal de abandono do prédio, por décadas.
Nesse rol de obras, figura a ampliação de 13% de leitos, que passaram dos 331 iniciais para 375, dos quais, 44 novos - 27 ativos, sendo seis na área de cardiologia, nefrologia e hematologia. Enquanto 17 unidades seguem fechadas aguardando data de abertura. Daqui a um ano, está prevista a abertura de mais 120 leitos.
Ao mesmo tempo, novos equipamentos para patologia, cirurgias oftalmológicas e um tomógrafo adquiridos, sem contara a abertura de mais 45 vagas semanais para cirurgias de catarata, enquanto a Maternidade Escola ampliou a oferta de laqueaduras, que agora respondem por 50 procedimentos/mês.
Ao lembrar que a meta dos primeiros 100 dias era a reabertura de 36 leitos de internação, Chioro previu que, até outubro, com o avanço das licitações, serão iniciadas as obras em áreas críticas, como a dos elevadores, cuja metade está inoperante. "O diagnóstico mostrou que a situação era mais grave do que imaginávamos e exigia uma série de intervenções. Vamos resolver essa situação dramática e vergonhosa", comentou.
Além dos aportes, a Ebserh deverá contar com R$ 115 milhões adicionais do Novo PAC; R$ 211 milhões do PRHOSUS) e R$ 130 milhões em emendas parlamentares.
