Na Semana Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, O Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP) divulgou um dado que merece bastante reflexão: cerca de 3 mil crimes no estado tiveram alguma ligação em relação à religiosidade do cidadão. Entre eles, houve 2.021 vítimas de injúria por preconceito e 890 por preconceito de raça, cor, religião, etnia e procedência nacional. Outro dado que assusta é a quantidade de pessoas que procuraram alguma delegacia para retratar o crime: 34.
De acordo com o ISP, a tipificação criminal é determinada pela ridicularização pública, pelo impedimento ou pela perturbação de cerimônia religiosa. Além disso, mulheres e negras são a maioria das vítimas e a Zona Oeste da Capital concentra a maior parte dos crimes.
O babalaô Ivanir dos Santos, interlocutor da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Rio de Janeiro e doutor e professor em História pela UFRJ, salienta que a Baixada Fluminense também registra muitos casos, juntamente com Maricá, na região Metropolitana, e Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense.
Denúncias
O ISP divulgou os dados com o intuito de promover o diálogo, mostrar para a sociedade que intolerância religiosa é crime e que o estado tem mecanismos de denúncia para as vítimas.
Os crimes podem ser registrados em qualquer delegacia no Rio, mas existe uma específica para isso, a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), que fica na região central da capital fluminense.