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Caso Marielle: Élcio afirma que agentes tentaram extorsão

Ex-policial fez delação premiada à PF | Foto: Divulgação/MPRJ

O ex-policial militar Élcio de Queiroz afirmou que agentes da Delegacia de Homicídio tentaram extorquir dinheiro do PM reformado Ronnie Lessa antes de os dois serem presos, em 2019, sob acusação de terem matado a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes. A declaração foi dada durante depoimento de Élcio à Justiça do Rio, na terça (10).

Marielle e Anderson foram mortos em 2018. Um ano depois das mortes, Ronnie e Élcio foram presos; o primeiro, acusado de ter atirado contra a vereadora, e o segundo, de ter dirigido o carro usado no crime.

O caso Marielle, em investigação há cinco anos e meio, sofreu uma reviravolta no final de julho após Élcio fechar um acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal e o Ministério Público do Rio, onde confessou ter participado do crime e afirmou que Ronnie foi quem matou a vereadora.

No depoimento desta terça, Élcio diz que ele e Ronnie souberam que estavam na mira das investigações da Delegacia de Homicídio antes mesmo de terem sido chamado para depor na especializada. O ex-policial afirmou que as informações foram passadas por policiais da própria delegacia e de outros órgãos da Polícia Civil.

Segundo Élcio, um agente tentou contato com Ronnie ao menos quatro vezes antes da prisão. Esse policial, referido apenas como "Marquinhos da DH", estaria tentando extorquir dinheiro de Ronnie.

Élcio afirma que já tinha pensado em fazer delação, mas disse que não confiava na Polícia Civil para isso. Os motivos que alegou para a desconfiança foram a tentativa de extorsão contra o amigo e os vazamentos frequentes da investigação.

Segundo o promotor do Ministério Público Fábio Vieira, que acompanhou o depoimento de Queiroz, a suposta tentativa de extorsão não é investigada dentro do processo da audiência. Ele, no entanto, não descartou a abertura de um inquérito para apurar o ocorrido.

Por Camila Zarur (Folhapress)

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