Milícia bem informada

Conversas mostram milicianos com informação privilegiada

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Milícia conseguiu acesso a sistema prisional

Por Guilherme Cosenza

Mais uma informação atual sobre o crime organizado da cidade chocou os moradores. Foi descoberto que milicianos da quadrilha de Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, estavam utilizando informações de bancos de dados da Secretaria de Administração Penitenciária e das polícias civil e militar para conseguir informações de milicianos rivais e traficantes.

Segundo o Ministério Público, as mensagens escancaram "a promíscua relação havida entre os membros da milícia e agentes que integram as Forças de Segurança". Foram encontradas diversas ordens de execução e ações criminosas comandadas por milicianos presos, mas que continuavam a comandar a organização criminosa. Em conversas interceptadas pela PF e MP, os milicianos Rodrigo dos Santos, o Latrell, e Jaaziel de Paula Ferreira, o Jeitoso, trocam informações e fotos sobre o traficante Rodrigo Barbosa Marinho, o Titio Rolinha.

Nas mensagens, Jeitoso e Latrell conversam sobre como a saída de Titio Rolinha do sistema prisional poderia atrapalhar as atividades do grupo em Rola e Antares, comunidades localizadas em Santa Cruz, na Zona Oeste.

Na troca de mensagem os criminosos enviam uma foto do traficante, a mesma utilizada para cadastro no sistema prisional. A ideia é indicar a aparência do traficante, que aparece de camisa branca e cabeça raspada à frente de um fundo azul.

Ainda na conversa entre os dois pode se perceber que ambos teriam acesso às escalas internas de serviço de alguns batalhões, e trocavam informações sobre operações na região dominada pela quadrilha.

A promotora Roberta Dias Laplace, subcoordenadora do Grupo de Atuação Especializada e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, explicou que o acesso a informações privilegiadas é um dos pilares de manutenção da milícia.