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Sobe para 25 número de mortos em operação policial na Vila Cruzeiro, no Rio

Por: Matheus Rocha

Subiu para 25 o número de pessoas mortas durante a operação conjunta entre a Polícia Militar e a Polícia Rodoviária Federal que já é a segunda mais letal da história do Rio de Janeiro.

Na manhã desta quarta-feira (25), dois pacientes que estavam internados no Hospital Getúlio Vargas morreram durante a noite, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde. A direção da unidade informa que, ao todo, 23 pacientes morreram. A conta não inclui Gabrielle Ferreira da Cunha, 41, que foi baleada na Chatuba, comunidade vizinha à Vila Cruzeiro, e não foi levada ao Getúlio Vargas. Assim, a operação deixou 24 pessoas mortas. De acordo com o hospital, quatro pessoas permanecem internadas.

A outra vítima é um menor de idade que havia sido encaminhado nesta terça (24) para a Unidade de Pronto Atendimento do Complexo do Alemão. Ele chegou ao local já sem vida, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.

Segundo a Polícia Militar, a ação desta terça-feira (24) visava prender em flagrante mais de 50 traficantes de vários estados que sairiam em comboio à favela da Rocinha, na zona sul da cidade. O plano, porém, foi frustrado quando uma das equipes à paisana foi descoberta e atacada na entrada da comunidade, por volta das 4h.

O que se seguiu foram horas de confrontos, que acabaram subindo pela comunidade até chegar a uma área de mata que liga a Vila Cruzeiro ao Complexo do Alemão, onde a maioria foi baleada. Entre os mortos também está Gabrielle, alvejada dentro de casa na Chatuba, comunidade vizinha à Vila Cruzeiro e que não era alvo da operação.

Durante entrevista na terça-feira, a Polícia Militar culpou o Supremo Tribunal Federal (STF) pela migração de criminosos ao estado.

"A gente começou a reparar essa movimentação, essa tendência deles de migração para o RJ, a partir da decisão do STF [que limitou operações policiais em favelas durante a pandemia de Covid-19]", disse em entrevista o secretário da corporação, coronel Luiz Henrique Marinho Pires.

Isso vem acentuando nos últimos meses. Esse esconderijo deles nas nossas comunidades é fruto basicamente dessa decisão do STF. É o que a gente entende, a gente está estudando isso, mas provavelmente deve ser fruto dessa decisão do STF", continuou.

A operação virou alvo de investigação nos Ministérios Públicos federal e do estado do Rio de Janeiro. O objetivo é apurar eventuais violações de direitos durante a ação na comunidade da zona norte carioca.

Durante a tarde desta terça, corpos e feridos chegavam a todo momento à unidade. Por volta das 13h30, uma kombi estacionou trazendo o corpo de um jovem coberto por um lençol.

Cristino Valle Brito, da OAB-RJ, estava acompanhando a retirada do corpo e disse que o jovem chegou a pedir ajuda para ser encaminhado ao hospital, mas morreu a caminho da unidade.

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