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Arquibancadas lotadas marcam primeiro dia de desfiles na Estrada Intendente Magalhães

Carnaval raiz, carnaval do povo. Depois de dois anos sem folia por causa da pandemia, a Estrada Intendente Magalhães, na Zona Norte do Rio, voltou a receber os foliões nesta quarta-feira (20/04). O primeiro dos seis dias de desfiles dos grupos de acesso foi marcado por arquibancadas lotadas. As apresentações até esta sexta-feira (22/04) incluem agremiações da Federação dos Blocos, do Grupo de Avaliação e da Série Bronze. Na semana que vem, é a vez das escolas da Série Prata, na sexta-feira (29/04) e no sábado (30/04). No domingo (01/05), dos Grupos B e C. Tudo de graça.

O reencontro com a festa teve muita emoção. A auxiliar de escritório Nilceia Alves da Silva, de 57 anos, desfilou na ala das baianas do bloco Raízes da Tijuca. Com 15 carnavais no currículo e preparo físico, ela tem fôlego de iniciante. Este ano, Dona Nilceia estará ainda no Salgueiro e na Portela, além da Renascer de Jacarepaguá, Raça Rubro-Negra, Império Rubro-Negro e Estácio de Sá.

– Carnaval é necessário, é alegria. O carioca precisa do carnaval. Trabalhamos o ano inteiro. Temos que aproveitar os bons momentos da vida – afirmou Nilceia.

 

Baiana desfila na Intendente – Marcelo Piu / Prefeitura do Rio

 

Os desfiles dos blocos na Intendente Magalhães contaram com queima de fogos, nova iluminação e toda a estrutura da Prefeitura do Rio, como garis da Comlurb e equipes da Saúde e da Guarda Municipal. Nas barraquinhas, o cardápio era variado, com churrasquinho, salgados, batata frita, frango empanado, churros, cachorro-quente, carne de sol com aipim e milho cozido. Teve gente que aproveitou para aumentar a renda no orçamento familiar.

É o caso da autônoma Rosane de Albuquerque Chagas, de 53 anos. Ela prepara 25 sabores de crepes, e a meta é vender 100 por dia de carnaval. Rosane conta com a ajuda do marido e dos dois filhos:

– Graças a Deus, a economia voltou a girar. O movimento está ótimo. É uma boa oportunidade para ganhar dinheiro e pôr em dia as contas que estavam em atraso.

Profissional de Tecnologia da Informação, Wallace Malta, de 28 anos, também aproveitou para ganhar um dinheiro extra na Intendente Magalhães. Ele ocupou a função de motorista de carro alegórico no bloco Amigos de Tinguá, de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, fundado há apenas três meses. Segundo Wallace, é a primeira vez trabalhando no carnaval.

– A folia não pode parar. Ganhamos todos nós trabalhadores e a cidade – disse o jovem antes de se apresentar na avenida com os amigos e vizinhos.

Euforia nas arquibancadas

Nas arquibancadas, o clima era de euforia. A aposentada Gina Guimarães, de 65 anos, conferiu os desfiles da Intendente Magalhães com a irmã, a pensionista Rosângela Guimarães, de 62. As duas estavam bem animadas.

– Eu venho todo ano aqui. É a chance de ver o carnaval sem pagar nada, ressalta Gina.

Rosângela concorda:

– Estávamos sentindo falta disso tudo. Passamos por um momento difícil com a pandemia, mas agora as coisas começaram a se normalizar. Agora, é festa.

No meio do público foi possível encontrar pessoas fantasiadas. O estudante universitário Matheus Moraes Silva, de 21 anos, vestiu a roupa do personagem que mais gosta: a do Homem-Aranha.

– O carnaval é bom demais – afirmou Matheus, que foi uma atração à parte para a criançada e posou para fotos com os pequenos que queriam levar para casa uma recordação do super-herói.

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