O Homem Sem Medo... e com trabalho

Novos gibis, novo visual e nova série, agora no Disney movimentam o Demolidor

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O Demolidor, o vigilante cego do Universo Marvel, ganha novo visual nos gibis que acabam de chegar aos EUA

Por Rodrigo Fonseca

Especial para o Correio da Manhã

Num papo com o site "Collider", um canteiro nerd dos EUA na web, na última quinta-feira, o produtor Erik Oleson (responsável por séries de sucesso como "Carnival Row") confirmou que o regresso do Demolidor ao streaming, depois do êxito na Netflix, vai se chamar "Daredevil: Born Again", contando com a Disney como sua plataforma.

Em meio ao fuxico crescente sobre a venda (ou não) da Marvel pelo império de Mickey Mouse (hoje num aparente apuro financeiro), o ator Charlie Cox parece ter já assegurado seu regresso ao uniforma do herói, que acaba de ganhar um novo (mais grunge) visual nos EUA, com direito a um capuz sobre sua máscara, capaz de evocar o perfil do Arqueiro Verde da DC Comics. Cercado de elogios por seu talento e carisma, Cox retoma o papel para o novo seriado do vigilante da Cozinha do Inferno após uma participação no hilário "Mulher-Hulk: Defensora de Heróis" e no longa "Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa".

Cox vai encarnar Matthew Murdock (alter ego do controverso protetor de Nova York, apelidado de O Homem Sem Medo) ainda em nos projetos serializados "Echo" e "O Ano Do Calouro". Em paralelo, o longa de 2003 em que Ben Affleck encarnou Murdock está completando 20 anos e ganha espaço na grade da Star Plus, com Colin Farrell vivendo o Mercenário e Jennifer Garner interpretando Elektra. É uma iguaria cinéfila, que surpreende pela força de suas sequências de luta e por uma gaiata atuação de Affleck, cujo tônus trágico é amplificado na dublagem de Alexandre Moreno. O dublador de Cox aqui é Philippe Maia.

Enquanto essas vozes ribombam pelas plataformas de streaming, um álbum luxuoso do personagem começa a angariar uma legião de consumidores nas bancas brasileiras, graças à fina atuação da editora Panini Comics para democratizar os gibis de super-heróis: "Demolidor e os Paladinos Marvel: Fugindo do Mundo". Elektra, o Justiceiro (que ganhará uma série nova também, com Jon Bernthal) e o Pantera Negra se juntam ao Demolidor numa cruzada de redenção onde a memória dos personagens está em xeque. O Rei do Crime é um dos vilões do álbum.

Mas essas não é a única novidade da Panini, nem da Marvel (lá fora) acerca do super-herói criado em abril de 1964, por Bill Everett e Stan Lee. Nos EUA, Chip Zdarsky pilota os roteiros das HQs do Demolidor, cuja edição atual (hoje no número 9, após inúmeras reformulações de seu título mensal, desde os anos 1960) é desenhada por Manuel Garcia. Na revista de março, seus maiores inimigos dos últimos anos, incluindo seus antigos colegas da organização Punho se voltam contra ele e sua parceria (e habitual namorada) Elektra.

No Brasil, a panini acaba de investir na fase mais recente do Demolidor, pilotada por uma junta artística formada por Alex Maleev, Chip Zdarsky, Marco Checchetto e Rafael De Latorre. Nesse arco de tramas, Elektra anda usando o manto do vigilante cego, que foi dado como morto, mas ele regressa disposto a exterminar a organização criminosa milenar chamada Tentáculo. O problema é que o dois, amantes de longa data, vão se estranhar acerca do posicionamento que cada um vai tomar nessa guerra. Fora isso, a comunidade dos super-heróis vai chiar também em relação aos caminhos que a Cozinha do Inferno, o lar do mascarado, está tomando, sob a proteção de seus punhos, cada vez mais carregados de dilemas existenciais.

Este mês, a Panini leva às bancas o clássico "A Bullet For Punisher", a ser lançado aqui no nº 10 da revista "A Saga do Demolidor". É um confronto dele contra o Justiceiro. Vale incluir no bonde o encadernadão "Fim dos Dias", escrito por Brian Michael Bendis, narrando um momento trágico na vida do herói.