Glauber tem mandato suspenso por seis meses

Deputado agrediu militante com chutes dentro das dependências do Congresso

Por Da redação

Negociação em plenário trocou cassação por suspensão

Em votação negociada, a Câmara dos Deputados suspendeu por seis meses o mandato do deputado Glauber Braga (Psol-RJ). Mesmo os aliados de Glauber passaram a negociar a suspensão para evitar a cassação do mandato. A suspensão foi aprovada por 318 votos contra 141 e três abstenções. O processo de perda de mandato havia sido aprovado no Conselho de Ética. Glauber agrediu com chutes e empurrões em abril o militante do Movimento Brasil Livre Gabriel Costenaro.

Desde o início, ficou claro que não haveria os 252 votos necessários para a cassação. Então, negociou-se no plenário a substituição da perda do mandato pela suspensão por um tempo. Nesse período, Glauber fica fora do seu mandato, inclusive tendo seus vencimentos suspensos. Durante a ausêcia de Glauber, assumirá o mandato Heloísa Helena (Rede), que já foi senadora pelo PT.

Desde o início, Glauber reagiu fortemente à possibilidade de cassação. Chegou a fazer uma greve de fome, que foi interrompida após um acordo com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que adiou a apreciação do caso. Esta semana, porém, Motta resolveu levar o processo ao plenário, em um pacote no qual também se iniciaria a apreciação das cassações de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Carla Zambelli (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ).

Ainda em abril, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar aprovou parecer favorável do deputado Paulo Magalhães (PSD-BA) pela perda do mandato de Braga por “abusar das prerrogativas parlamentares”. Na ocasião, foram 13 votos favoráveis e 5 contrários.

A representação foi apresentada pelo Novo. Em sua defesa, Glauber afirmou que agiu contra Costenaro após sofrer perseguição por parte dele e por ofensas proferidas por ele contra a mãe do parlamentar, que sofria com mal de Alzheimer avançado.

Zambelli

Pela manhã, a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) aprovou a perda de mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP), que está presa na Itália, onde aguarda uma decisão sobre a extradição ao Brasil.

O placar foi de 32 votos a favor da perda de mandato e 27 contrários. O caso ainda poderia ser apreciado no mesmo dia no plenário, o que não acontecera até o fechamento desta edição.

O PL indicou voto a favor de Zambelli. Já o PT, PSOL, PSB, PP, União Brasil e Solidariedade se posicionaram contra.

No âmbito da CCJ, o União Brasil passou a trabalhar pela cassação de Zambelli, substituindo cinco membros favoráveis à deputada por nomes contrários.

Nos bastidores, o apoio de partidos do Centrão à perda de mandato foi entendida como uma maneira de compensar àquela altura a possível cassação de Glauber. Dessa forma, na avaliação de aliados de Motta, haveria um equilíbrio nas decisões.

Derrotado na votação, o relator do caso, deputado Diego Garcia (Republicanos-PR), divulgou seu parecer, na semana passada, a favor de Zambelli, mas um pedido de vista (mais tempo para análise) adiou a votação.

Com informações de Carolina Linhares (Folhapress)