Alcolumbre elogia Lula em meio à crise aberta com a indicação de Messias para o STF

Afago ao presidente da República foi feito nesta sexta-feira (5), durante inauguração de unidade de saúde no Amapá, que recebeu R$ 17 milhões do governo federal

Por Jorge Vasconcellos

O governador do Amapá, Clécio Luís, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), fez elogios públicos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta sexta-feira (5), após viver dias de tensão com o Palácio do Planalto por conta da indicação do chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, para o Supremo Tribunal Federal (STF).

O afago a Lula ocorreu durante a inauguração do primeiro Centro de Radioterapia do Amapá (AP), que recebeu investimento de R$ 17 milhões do Ministério da Saúde.

Ao discursar, Alcolumbre agradeceu a “sensibilidade” do presidente e pediu ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), que estava ao seu lado, que transmitisse o reconhecimento pelo apoio do governo.

“Leve meus agradecimentos, pessoais e institucionais, ao presidente da República, que tem nos apoiado e apoiado o Amapá a todo instante”, disse o amapaense. “A sua presença aqui é a presença do presidente da República ajudando o nosso Amapá. Agradeço ao presidente Lula pela sensibilidade, pelo compromisso e pelo espírito público, especialmente com o Norte e o Nordeste do Brasil”.

Alcolumbre praticamente rompeu com o governo depois que o seu preferido para a vaga no STF, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foi preterido pelo presidente Lula.

A indicação de Jorge Messias foi formalizada em 20 de novembro. A primeira reação de Alcolumbre foi romper relações com o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), defensor do nome de Messias.

Outra retaliação de Alcolumbre foi marcar a sabatina de Messias no Senado para o dia 10 de dezembro, impondo um prazo exíguo para o advogado-geral da União percorrer os gabinetes dos 81 senadores para pedir votos em favor de sua indicação.

O clima azedou ainda mais depois que Lula, ao perceber a manobra de Alcolumbre, não cumpriu o rito de enviar ao Senado a mensagem com a indicação de Jorge Messias. Na terça-feira (2), o presidente do Senado anunciou o cancelamento da sabatina sem indicar uma nova data.