Justiça solta o assassino de gatinhos
Pablo Stuart, acusado de matar mais de 20 gatos, teve relaxamento da prisão
O psicólogo acusado de enganar protetoras e matar mais de 20 gatos, Pablo Stuart, teve sua prisão relaxada pelo Tribunal de Justiça do DF. A decisão acolheu pedido a defesa que alegou excesso de prazo para a conclusão do processo criminal, que não poderia extrapolar 148 dias. O Correio da Manhã também confirmou que o exame pericial para atestar sua sanidade mental continua marcado para o dia 17 de novembro.
Em nota, o advogado do Stuart, Diego Marques, nega todas as acusações e reafirma a inocência de seu cliente. “Ressalta-se que o processo ainda se encontra em trâmite na primeira instância, sem qualquer sentença proferida, motivo pelo qual deve ser integralmente respeitada a presunção de inocência, princípio fundamental do Estado Democrático de Direito”, diz.
Para Juliana Fernandes, a primeira cuidadora a registrar denúncia junto à Polícia Civil, a soltura de Pablo representa um risco.
“A minha percepção é que, mais uma vez, a burocracia permite que um criminoso deixe de estar preso. Ele estava detido há sete meses, teve vários pedidos de liberdade provisória negados, mas por causa do atraso no laudo da Polícia Civil o prazo foi extrapolado e agora ele está solto. Ele enganou as protetoras para conseguir os animais. Para mim, ele representa um risco. Eu me sinto muito insegura como protetora e como a pessoa que o denunciou”, declarou à reportagem.
Nos dias 18 de setembro e 9 de outubro, foram realizadas audiências para ouvir as testemunhas do caso. Agora, o tribunal deve promover alegações finais e produzir a sentença.
Relembre o caso
De acordo com as investigações, Pablo adotou diversos gatos com pelagem tigrada, em um intervalo de seis meses, sendo que a maioria deles desapareceu sem justificativa. Apenas um animal foi localizado em estado de sofrimento e com fratura em uma das patas. A autoridade policial recebeu a denúncia de um vizinho que relatou que ouvia sons de gatos chorando, xingamentos, arremessos contra a parede, som de gatos sendo espancados com uma vassoura e afogados. Parte desses incidentes foram registrados pela testemunha em áudio. Stuart foi preso preventivamente em 25 de março deste ano, após o Tribunal acolher as denúncias da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra os Animais e do Ministério Público do DF.
A investigação começou quando as protetoras de gatos responsáveis pelas adoções passaram a desconfiar das frequentes entregas em massa feitas a Stuart. Elas chegaram a traçar o perfil de todos os animais e, ao perceberem coincidências suspeitas, comunicaram o caso à polícia.