Recuos marcam decreto de Trump que impõe tarifa de 50% ao Brasil

Além de adiar de 1º de agosto para daqui a sete dias o início da nova tarifa, presidente dos EUA voltou atrás na ideia de taxar todos os produtos brasileiros

Por Jorge Vasconcellos

Porto de Santos

O decreto assinado nesta quarta-feira (30) pelo presidente Donald Trump para impor uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros vendidos aos Estados Unidos reflete recuos importantes em relação ao que o republicano anunciou em 9 de julho.

O primeiro deles se refere à entrada em vigor da nova tarifa, prevista anteriormente para 1º de agosto. Segundo o decreto assinado hoje, a nova taxação passará a valer daqui a sete dias.

Houve recuo também em relação aos produtos que seriam taxados. Em 9 de julho, Trump havia afirmado que todos os itens brasileiros seriam afetados. Hoje, no entanto, o decreto deixa de fora do tarifaço de 50% produtos que os EUA não produzem ou não têm condições atender à demanda interna, necessitando recorrer a importações: petróleo bruto (principal item das exportações do Brasil aos EUA), aço, suco de laranja, aviões e suas partes, minério de ferro, fertilizantes, papel e celulose, alguns tipos de metais e madeira. Ao todo, são mais de 700 exceções.

Já outros itens de peso do agronegócio nacional, como carnes, café e frutas, não foram poupados e serão diretamente atingidos pela nova alíquota.

Bolsa sobe, dólar cai

O desempenho do mercado hoje reflete um certo alívio dos investidores com os recuos do decreto de Trump. O Ibovespa, por exemplo, se recuperou da fraqueza registrada em boa parte do pregão. Por volta de 15h50, o índice avançava 0,6%, a 133.523,78 pontos, tendo chegado a 134.367,54 pontos no melhor momento, após marcar 131.882,74 pontos na mínima do dia. O volume financeiro na bolsa somava R$ 15 bilhões.

Por sua vez, o dólar intensificou a queda, chegou a ser negociado a R$ 5,55, mas depois passou a amenizar as perdas e negociava às 16h05 (horário de Brasília) com leve queda de 0,07%, a R$ 5,565 na compra e R$ 5,566 na venda.