Após eleição no Congresso, disputa agora é por comissões

Enquanto Câmara tem brigas entre partidos, Senado já tem sete nomes definidos

Por Gabriela Gallo

Braga anunciou Marcelo Castro para Assuntos Sociais

Após as eleições das novas Mesas Diretoras da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, a disputa agora é pelos comandos das comissões das Casas. A reportagem questionou a comunicação do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que respondeu que as formações e presidências das comissões da Casa ainda não foram definidas. A previsão inicial é que tudo seja definido somente em março, após o feriado de carnaval.

A expectativa é que a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, a comissão mais importante da Casa, seja presidida por um parlamentar nomeado pelo União Brasil. Vale destacar que, durante o período de disputa eleitoral para a presidência da Casa, uma das moedas de trocas sugeridas nas negociações entre os partidos para apoiar Hugo Motta, o atual presidente da Casa e seus aliados, era oferecer a presidência da CCJ para o deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil-BA) – que na época também era candidato ao principal cargo da Câmara dos Deputados.

Porém, nos bastidores, o MDB também briga pelo comando da CCJ. As informações são do Congresso em Foco. No acordo firmado entre os partidos para a composição da Mesa Diretora em 2023, na segunda vitória de Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Casa, foi definido que a relatoria do Orçamento seria destinada para um dos partidos. A ideia era entregar o orçamento como moeda de troca para quem não ficasse com a CCJ. Mas o acerto está difícil: MDB e União Brasil querem a CCJ.

Oposição

Outras disputas entre siglas são as presidências das comissões de Saúde, Segurança Pública e Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN). O PL, maior partido da Câmara, tem interesse nas três comissões. O nomes cotados a priori são os deputados federais Paulo Bilynskyj(PL-SP) para a Segurança Pública e Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para Relações Exteriores, para a Comissão da Saúde ainda não indicaram nomes.

Na Comissão de Saúde o PL disputa a presidência com o PT e na Segurança Pública com o União Brasil. Na comissão de Relações Exteriores, o governo recomenda que a comissão seja presidida pelo deputado Beto Richa (PSDB-PR).

Senado

Já no Senado Federal, a situação aparenta estar mais alinhada e mais próxima de se resolver. Das 16 comissões permanentes da Casa, ao menos sete já tem nomes cotados para presidirem as comissões.

Durante a sessão que elegeu Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) como novo presidente da Casa, o líder do MDB no Senado, senador Eduardo Braga (AM), disse que o partido comandará a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e a Comissão de Assuntos Sociais (CAS). Os presidentes serão, respectivamente, os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Marcelo Castro (MDB-PI). A sigla ainda deve assumir a Comissão Mista de Mudanças Climáticas (CMMC), mas até o momento nenhum nome foi definido.

O PL, comandará duas comissões. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) deve comandar a Comissão de Segurança Pública (CSP) e o senador Marcos Rogério (PL-RO) presidirá a Comissão de Infraestrutura (CI). A ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, senadora Damares Alves (Republicanos-DF), está cotada para ser a presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH).

O PSD, que é o maior partido dentro do Senado, será responsável por presidir a comissão mais importante da Casa, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que será comandada pelo senador Otto Alencar (PSD-BA). Já o senador Nelsinho Trad (PSD-MS) está cotado para presidir a Comissão de Relações Exteriores (CRE).

Vale destacar que todos os nomes cotados para presidir as comissões passarão por votação secreta entre os demais membros da comissão. O Regimento Interno do Senado define que os líderes partidários devem encaminhar à Mesa da comissão a lista dos parlamentares titulares e suplentes.