O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), destacou, nesta terça-feira (12), a importância do sucesso das negociações da COP29 para o êxito da COP30, que ocorrerá no Brasil em 2025. A declaração foi feita durante a 29ª Conferência do Clima da ONU (COP29), em Baku, no Azerbaijão.
"O sucesso da COP29 é crucial não apenas para a COP30, que teremos a honra de sediar em Belém [PA], no Brasil, em 2025, mas também para a resposta global à mudança climática. A omissão neste momento custará muito no futuro", afirmou Alckmin.
Alckmin fez seu discurso na abertura da primeira parte do Segmento de Alto Nível para Chefes de Estado e de Governo, substituindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que não pôde comparecer devido a um incidente ocorrido no dia 19 de outubro, quando sofreu uma pancada na cabeça.
Meta
Durante sua fala, o vice-presidente classificou como "ambiciosa" a nova Contribuição Nacional Determinada (NDC) sobre a meta do Brasil para a redução de gases de efeito estufa (GEE). A meta prevê uma redução de 59% a 67% das emissões até 2035, em comparação aos níveis de 2005. O governo brasileiro apresentou a proposta na última sexta-feira (8), com a expectativa de que as emissões totais de GEE variem entre 850 milhões e 1,05 bilhão de toneladas. O anúncio oficial será feito nesta quarta-feira (13), durante a COP29.
“Nossa meta reflete nossa mais alta ambição: reduzir as emissões em até 67% até 2035, comparado aos níveis de 2005. Ambiciosa, sem dúvida, mas também factível. Para isso, precisaremos, juntos, garantir as condições e meios necessários para sua implementação”, explicou o vice-presidente.
Alckmin também ressaltou que a NDC vai além de uma simples meta de redução de emissões: “Ela reflete a visão de um país voltado para o futuro, determinado a ser protagonista da nova economia global, com foco em energias renováveis, combate à desigualdade e um compromisso firme com o desenvolvimento sustentável”, afirmou.
O vice-presidente também destacou o lançamento do Plano Clima, que será apresentado em 2025 e servirá como diretriz para a política climática do Brasil até 2035. O plano visa manter o ritmo de redução do desmatamento e promover a transição para uma economia de baixo carbono rumo à neutralidade climática. Além disso, mencionou o Pacto pela Transformação Ecológica, lançado em agosto, que reúne os três Poderes da República para promover a transformação ecológica de forma integrada.
"Estamos implementando o Plano Clima, que servirá como guia da política climática brasileira até 2035. Firmamos também o Pacto pela Transformação Ecológica entre os três Poderes, sendo fundamental a adesão da sociedade civil para o sucesso desse processo", afirmou Alckmin.
A COP29 reúne cerca de 40 mil delegados, incluindo negociadores, jornalistas e observadores internacionais, e contará com cerca de 60 eventos até 21 de novembro, destacando ações do Brasil na promoção de uma transformação ecológica. Além do vice-presidente, também estão confirmados no evento o ministro do Turismo, Celso Sabino, e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
COP30 no Brasil
Faltando um ano para a realização da COP30, o Brasil já está se preparando para sediar o evento, que ocorrerá de 10 a 21 de novembro de 2025, em Belém, no estado do Pará, na Amazônia. A expectativa é de que mais de 60 mil pessoas, incluindo chefes de Estado, diplomatas, empresários, investidores, ativistas e delegações dos 193 países membros da ONU, participem da conferência.
O Governo Federal investirá cerca de R$ 4,7 bilhões nos preparativos para o evento, com recursos provenientes do Orçamento Geral da União, do BNDES e da Itaipu Binacional. Segundo o secretário extraordinário da COP30, Valter Correia, a sustentabilidade será um pilar central em todo o processo de organização da conferência.
“Estamos contratando uma consultoria especializada em sustentabilidade para garantir que todas as etapas da COP30, desde as contratações até os serviços e a estrutura do evento, integrem ações sustentáveis, e não apenas medidas isoladas”, afirmou Correia.
