Senado foca em relatório que regulamenta tributária

Câmara sem previsão para avaliar pacote anti-STF; Lira não tem pressa em tramitação

Por Gabriela Gallo

Braga deve apresentar esta semana plano de trabalho

Após uma primeira semana pós primeiro turno eleitoral mais moderada, diversas pautas de interesse do governo entram em discussão no Congresso Nacional. Após a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados ter aprovado uma série de medidas para limitar os poderes dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), batizado de pacote anti-STF, dois projetos seguem para votação no plenário da Casa – ainda sem data para serem votados.

Os temas são de interesse dos parlamentares de oposição. Porém, nos bastidores o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sinalizou que não terá pressa na tramitação das medidas. Como nas medidas aprovadas estão duas Propostas de Emenda à Constituição (PECs), Lira precisa criar comissões especiais temporárias para avaliar os temas. O presidente da Casa ainda não se manifestou.

Na última terça-feira (8), a CCJ também iria votar o projeto de lei que anistia os presos dos atos antidemocráticos que atacaram às sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023. O projeto foi adiado pela segunda vez e a comissão tem não agenda marcada para esta semana.

Reforma Tributária

Enquanto a Câmara dos Deputados segue na incerteza quanto aos temas ligados ao poder Judiciário, o Senado Federal corre contra o tempo para elaborar o relatório final do PLP 68/2024, primeiro projeto que regulamenta reforma tributária. Nomeado na última semana como relator, nesta quarta-feira (16), o senador Eduardo Braga (MDB-AM) apresentará o plano de trabalho para a Comissão de Constituição e Justiça do Senado começar a discutir o tema.

Braga já adiantou que o tema na CCJ começará com duas audiências temáticas sobre os impactos da medida, uma para ouvir governadores e outras para ouvir prefeitos. Após isso, a comissão realizará audiências temáticas para ouvir setores que serão impactados com a medida.

O PLP 68/2024 já recebeu 1.300 emendas de parlamentares e terá alterações no texto que farão com que ele retorne à Câmara. Mesmo assim, segue a previsão de ser votado no plenário da Casa ainda na primeira semana de novembro.

Enquanto isso, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado realiza as últimas audiências públicas previstas também para discutir o projeto de regulamentação da reforma tributária. Nesta terça-feira (15), a comissão discutirá como se dará o período de transição da reforma tributária e se as alíquotas do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) serão revisadas anualmente pelo Senado Federal.

A medida visa garantir que o texto esteja claro quanto à essas reuniões para que a carga tributária não aumente no período de sete anos (2026 e termina em 2033) que a sociedade passar na transição. Na quarta-feira (16), a CAE dará continuidade à discussão. O tema exigirá dois dias, já que a transição para os novos tributos da reforma tributária pode ocasionar flutuação de preços, com alguns produtos e serviços ficando mais caros, enquanto outros ficarão mais baratos.