Por: Da Redação

Governo faz investigação sobre o X

Juscelino quer saber se retorno do X foi ação deliberada | Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O ministro das Comunicações, Juscelino Filho (foto), disse nesta terça-feira (24) que a volta temporária da rede social X (antigo Twitter) no Brasil, em 18 de setembro, está sob investigação para saber se o retorno foi intencional ou decorrente de problema técnico.

Estamos apurando se foi algo que foi provocado por eles [da rede X] ou se foi alguma falha técnica para poder ter certeza nos encaminhamentos a serem tomados [pelo Ministério das Comunicações].”

Processo

Juscelino Filho adiantou que, em caso de descumprimento deliberado da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pasta pode entrar com processo para suspender a permissão de operação da empresa Starlink no Brasil, empresa provedora de internet de alta velocidade via satélites de propriedade do bilionário Elon Musk, dono também da plataforma X. Moraes havia ordenado a suspensão da rede social no país, depois do descumprimento de determinações de retirada de perfis de pessoas investigadas nos processos dos atos antidemocráticos e da retirada no Brasil de representante legal da empresa.

“Dependendo da apuração, se tiver qualquer afronta em torno do não cumprimento de uma decisão judicial, da não obediência à legislação brasileira, as providências necessárias serão tomadas. Uma delas é, inclusive, é a abertura de um processo de cassação de outorga”, adiantou o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, em entrevista coletiva à imprensa após lançamento do programa Acessa Crédito Telecom, para incentivar ampliação da infraestrutura de banda larga fixa no país.

Suspensão

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) notificou, no dia 30 de agosto, todas as operadoras de internet do país para cumprirem a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que foi respaldada pela 1ª Turma da Suprema Corte.

Na noite de 18 de setembro, Alexandre de Moraes determinou que a rede social X suspendesse imediatamente o uso de novos acessos pelos servidores de internet CDN, Cloudflare, Fastly e Edgeuno e outros semelhantes, criados para burlar a decisão judicial de bloqueio da plataforma em território nacional, sob pena de aplicação de multa diária de R$ 5 milhões ao X Brasil e ao Twitter (antigo X).

A volta temporária foi possível justamente porque o X passou a usar o Cloudfare, servidor de internet que armazena seus dados em nuvem. Com isso, havia mais um servidor em atividade além daqueles cujos IPs (Internet Protocol, o número que identifica o computador na rede) estavam bloqueados.

Juscelino Filho destacou que a plataforma voltou a cumprir o bloqueio. O X tem começado a demonstrar disposição de agora aceitar as determinações da Justiça.

“Nós estamos acompanhando o caso e vamos sempre seguir a legislação brasileira, cumprindo as decisões judiciais que são cabíveis no caso.”

Com informações da Agência Brasil