Por: Gabriela Gallo

Câmara abre comissão para investigar queda de avião em Vinhedo

Comissão irá acompanhar investigações | Foto: Secretária de Segurança de São Paulo/Divulgação

Em meio ás investigações sobre a queda do avião da empresa aérea Voepass em Vinhedo (SP), a Câmara dos Deputados anunciou, nesta terça-feira (20), que criou uma comissão externa para acompanhar as apurações do acidente aéreo que aconteceu no dia 9 deste mês e matou 62 pessoas, sendo 58 passageiros e quatro tripulantes.

O documento, publicado no Diário da Câmara dos Deputados, afirma que a comissão não trará ônus, ou seja, não sobrecarregará os trabalhos da Casa. Não foi detalhado quanto tempo durarão os trabalhos. A comissão será formada por 37 parlamentares com o deputado Bruno Ganem (Podemos-SP) como coordenador. Foi ele quem apresentou requerimento para a criação dessa comissão no mesmo dia da queda do avião.

Segundo Ganem, a atuação dos parlamentares paralelamente às investigações do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) permitirá "uma análise independente e transparente, garantindo que as informações sejam tratadas com a devida seriedade e que as famílias das vítimas recebam respostas adequadas".

Nesta segunda-feira (19), a Força Aérea Brasileira (FAB) disse que espera apresentar um relatório preliminar sobre a investigação do acidente em 20 dias.

Ainda nesta terça-feira, a Voepass suspendeu até o dia 31 deste mês, a venda de passagens para voos que partem ou chegam aos aeroportos de Fortaleza, Natal e outros destinos. De acordo com a empresa, a medida foi adotada para reorganizar “a malha por contingenciamento”. Isso porque, logo após o acidente, diversos clientes cancelaram voos com a companhia e procuraram órgãos e plataformas de direitos do consumidor, relatando que enfrentam dificuldades para receber o reembolso integral do valor que gastaram com os bilhetes. As informações são da Agência Brasil.

Relembre caso

No dia 9, o voo 2283 saiu às 11h58 de Cascavel (PR) em direção ao aeroporto de Guarulhos (SP). O voo seguiu normalmente até 13h22, quando a aeronave perdeu o contato com o radar, segundo a FAB.

Imagens disponibilizadas por satélites apontam que o avião, que tinha o motor turboélice ATR 72-500, voou de oito a dez minutos por uma formação de gelo severo. De acordo com o manual do ATR 72, que classifica esse tipo de situação como “emergência”, esse tipo de motor sobrevoar sobre áreas de gelo severo gera o risco de a aeronave perder a sustentação e girar, podendo levar a queda do avião.

A aeronave caiu na cidade de Vinhedo, que está a uma altitude de 5.100 metros. Segundo depoimentos de pilotos, a região estava sobre formação de gelo severo. Meteorologistas estimaram chances de 35% de haver gelo na região.