Por:

Zambelli e hacker viram réus por invasão de sistema do CNJ

Zambelli vira ré pela segunda vez no Supremo Tribunal Federal | Foto: Lula Marques/Agência Brasil

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, nesta terça-feira
(21), aceitar denúncia contra a deputada Carla Zambelli (PL--SP) e o hacker Walter Delgatti
Neto, pelos crimes de invasão a dispositivo informático e falsidade ideológica. Com isso, os
dois se tornam réus no processo. A denúncia havia sido apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), após uma investigação sobre a invasão do sistema de informática do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), concluída pela Polícia Federal no fim de fevereiro.

Macaque in the trees
Zambelli vira ré pela segunda vez no Supremo Tribunal Federal | Foto: Lula Marques/Agência Brasil


Segundo a investigação, Zambelli teria contratado os serviços de Delgatti para invadir o sistema. Em depoimento à PF, o próprio Delgatti confi rmou que fora procurado por Zambelli para invadir algum
sistema do poder Judiciário e “demonstrar sua fragilidade”. O objetivo era gerar questionamentos sobre o sistema eletrônico de votação. Assinada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, a denúncia diz que Zambelli “comandou a invasão de sistemas institucionais utilizados pelo poder Judiciário,
mediante planejamento, arregimentação e comando de pessoa com aptidão técnica e meios necessários para cumprimento de tal mister”.


Já sobre Delgatti, Gonet diz que, sob o comando de Zambelli, ele “emitiu documentos ideologicamente falos, com o fim de prejudicar direito”. Delgatti chegou a produzir um falso pedido de prisão do ministro do STF Alexandre de Moraes. O documento narra como Delgatti conseguiu invadir o sistema do
CNJ por meio de credenciais de outros funcionários do órgão e, em 4 de janeiro de 2023, incluiu
três alvarás de soltura falsos.


Mérito


Neste primeiro momento, não há análise sobre o mérito da denúncia, apenas se há elementos suficientes para o processo começar a tramitar. O voto de Alexandre de Moraes, relator do caso, para dar continuidade à denúncia foi acompanhado pelos ministros da 1ª Turma, Cármen Lúcia, Luiz Fux, Cristiano Zanin e Flávio Dino.

Durante a CPMI dos Atos Golpistas, a deputada e o hacker foram acusados de invadir o sistema digital do Poder Judiciário para fabricar um mandado contra Alexandre de Moraes. Conforme perícia da PF, o acesso ao sistema aconteceu em um servidor localizado em Amsterdã, na Holanda. Carla Zambelli também é ré no STF pelo caso em que perseguiu um jornalista com arma de fogo, no bairro do Jardins,
em São Paulo, às vésperas do segundo turno das eleições de 2022. A parlamentar é acusada de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento com uso de arma. (Com informações da Folhapress e Congresso em Foco)