Por: Gabriela Gallo

Ministério da Saúde anuncia R$ 202,2 milhões para saúde no RS

Segundo ministra, sistema de saúde não entrou em colapso | Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O governo federal, assim como os demais poderes, segue anunciando medidas para ajudar na reconstrução do Rio Grande do Sul (RS). Dentre os recursos para auxiliar a reconstrução do Rio Grande do Sul (RS), o Ministério da Saúde anunciou, nesta terça-feira (21), R$ 202,2 milhões para a ampliação e a manutenção da assistência à saúde do estado. Ao todo, a pasta se comprometeu a entregar R$ 1,7 bilhões para contribuir na assistência à saúde no Rio Grande do Sul. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve retornar ao Sul nesta quarta-feira (22). Será a quarta visita de Lula ao estado desde o início da tragédia das águas.

A última atualização da Defesa Civil do estado, divulgado na terça, confirmou 161 pessoas mortas, 85 desaparecidas e 806 feridas. Até o momento, dos 497 municípios do Rio Grande do Sul, 464 foram atingidos – o que equivale a 93,36% do estado, com 581.633 gaúchos desalojados.

Saúde

A medida foi anunciada dois dias após a secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul confirmar a morte de um homem de 67 anos por leptospirose. Ele morreu na última sexta-feira (17), mas a morte foi confirmada neste domingo (19) no município de Travesseiro, no Vale do Taquari, uma das regiões mais afetadas pelas enchentes.

A leptospirose é uma doença transmitida por água contaminada por fezes e urina de rato, que é fácil de acontecer no caso, dada a grande quantidade de água suja após as enchentes. Os principais sintomas são febre igual ou superior a 38 ºC, dor na região lombar ou na panturrilha, dor de cabeça e conjuntivite. Em casos mais extremos, o paciente pode apresentar hemorragias ou insuficiência renal. Ao ser diagnosticado, o paciente precisa dar início ao tratamento imediatamente.

Desde o começo do mês, o início das enchentes, foram confirmados 17 casos da doença, mas a tendência é que o número seja ainda maior. No entanto, a ministra da Saúde Nísia Trindade negou que o sistema de saúde do estado esteja em colapso, pelo menos por enquanto.

“Já demos todas as recomendações de profilaxia [medidas de prevenção à leptospirose], assim como fizeram o estado e os municípios. Neste momento, não podemos falar de colapso do sistema de saúde [no Rio Grande do Sul]. Desde o início, estamos trabalhando para que isso não aconteça. Este será nosso trabalho: impedir que isso aconteça. Os recursos para fortalecer, em nível de estado, o trabalho contra as doenças respiratórias vai nessa direção. O fortalecimento de todas as ações do SUS [Sistema Único de Saúde] no estado e nos municípios vai nessa direção”, enfatizou a ministra.

Abrigos

Nesta segunda-feira (21), o governo federal anunciou R$ 40 milhões para atender 130 mil pessoas que estão em abrigos de 85 municípios gaúchos por estarem desalojadas e desabrigadas. A verba será usadas para a compra de roupas de cama, colchões, água, itens de higiene pessoal e cobertores.

A regra ainda autoriza R$ 20 mil serão entregues para cada grupo de 50 pessoas nos abrigos.

IBGE

Também nesta terça-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os microdados do Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos (CNEFE). O levantamento traz informações sobre os 106 milhões de endereços residenciais e comerciais do país.

Inicialmente, as informações seriam divulgadas em 14 de junho, mas o IBGE optou por antecipar a entrega porque essas informações podem auxiliar nos trabalhos de resposta à calamidade enfrentada pelo Rio Grande do Sul. A proposta é que a divulgação dos endereços permita o georreferenciamento de cadastros oficiais que possibilitam a identificação de populações vulneráveis, além de poder auxiliar no apoio à reconstrução das áreas afetadas no Rio Grande do Sul.