Por: Ana Paula Marques

PF faz buscas em endereços de pessoas ligadas a Bivar

Apesar dos investigados, Bivar foi alvo da operação. | Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados

Duas pessoas ligadas ao deputado federal Luciano Bivar (União-PE) foram, na manhã desta terça-feira (7), alvo da Operação Stasis, da Polícia Federal (PF), que apura supostas ameaças feitas por Bivar — ex presidente do partido — ao atual presidente do União Brasil, Antonio Rueda.

Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no interior de Pernambuco. As investigações tiveram início na Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), a partir de boletim de ocorrência feito por Rueda contra Bivar. Segundo o atual presidente do partido, o deputado teria feito ameaças contra ele e sua família, em fevereiro deste ano.

O caso é relatado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Kassio Nunes Marques, já que por ser um deputado Luciano Bivar tem foro especial. Entretanto, desde seu início, Bivar nega ter feito qualquer ameaça e diz que as acusações de Rueda são “uma ficção hollywoodiana”. Apesar dos investigados serem próximos ao parlamentar, ele não foi alvo da operação desta terça.

Briga

O conflito entre os dois começou assim que Rueda foi eleito o novo presidente do União Brasil, em fevereiro. O então vice-presidente da legenda, só iria comandar a sigla a partir de junho. Sua vitória, foi contestada por Bivar, que a chamou de fajuta.

Logo depois o partido abriu um processo para afastar e expulsar o deputado da sigla, apesar do mandato dele à frente da legenda ter prazo até 31 de maio, mas diante das suspeitas de ameaça, a Executiva do partido decidiu afastá-lo do comando do cargo mais cedo, com 11 votos a favor, 5 contra e uma abstenção.

Incêndio

Em paralelo ao processo de mudança no comando do partido, em março, as casas de praia do novo presidente do União Brasil, Antônio Rueda, e da irmã dele, Emília Rueda, que também é tesoureira do partido, foram atingidas por incêndios. Aliados e o próprio Rueda acusaram Bivar de ser o mandante do crime.

Isso porque o governo de Pernambuco alegou ter visto sinais de que se tratou de uma ação criminosa, então os advogados de Rueda pediram as investigações. A causa da suposta ameaça seria a derrota de Bivar — por unanimidade dos votos — nas eleições pela presidência partidária.

A principal evidência usada por Rueda seria um vídeo com pouco mais de 30 segundos, que mostram uma conversa entre os dois, por volta das 23h de 26 de fevereiro. No trecho anexado ao processo, uma voz, que seria de Bivar, diz a Rueda que “acabaria” com um parente dele. No entanto, o vídeo não permite inferir o contexto da conversa.

Na época do ápice da crise no partido, Bivar negou as acusações sobre responsabilidade no incêndio em Pernambuco e outras ameaças contra Rueda. “Repudio qualquer ilação [concluir um fato por meio de indícios] que tenha relação a esses últimos acontecimentos. Isso é fruto de uma represália em função de denúncias que estamos apresentando hoje ao Conselho de Ética do partido”, declarou.

Diante de todas as suspeitas, o deputado acabou afastado e foi aberto um processo que pode expulsá-lo do partido. Apesar disso, a investigação declara que a operação deflagrada nesta terça não seria relacionada ao incêndio.