Por: Gabriela Gallo

Devido a fortes chuvas no RS, Enem dos Concursos é adiado

Adiamento da prova foi confirmado pelos ministros Paulo Pimenta e Esther Dweck | Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil

Os fortes temporais no estado do Rio Grande do Sul deixaram uma triste marca no estado. A última atualização da Defesa Civil do estado, na tarde deste domingo (05), confirmou mais de 780,7 mil pessoas atingidas e 75 mortos em decorrência das fortes chuvas e outras seis mortes estão em investigação. Além disso, 155 pessoas ficaram feridas e 103 estão desaparecidas. Os estragos da última semana atingiu 332 municípios, o equivalente a quase 70% do estado. Devido à situação no estado, o Concurso Nacional Unificado (CNU), batizado como “enem dos concursos”, foi adiado na intenção de não prejudicar os candidatos gaúchos. A prova, inicialmente marcada para o último domingo, ainda não tem uma nova data para ser aplicada.

O adiamento da prova foi confirmado nesta sexta-feira (03) pela ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, e o ministro-Chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Paulo Pimenta. Segundo Dweck, na atuação situação “seria impossível” realizar as provas no estado e que a nova data busca atender a todos.

“A gente precisa de umas duas semanas para fazer todo esse processo de garantia de logística e poder estabelecer uma nova data. Tenho falado com ministros que têm vagas no concurso, que estão ansiosos por novos servidores, que em agosto provavelmente não será mais a data de entrada. A gente estava com tudo pronto, cursos de formação prontos. Mas a gente acha que tomar essa decisão agora foi totalmente acertado e que em duas semanas a gente vai ter uma nova data, todo mundo vai poder se reprogramar. Não posso dizer quando, mas em maio provavelmente não será [a nova data da prova]”, destacou a ministra.

O Concurso Nacional Unificado teve mais de 2,1 milhões de inscritos, sendo 86 mil só do estado do Rio Grande do Sul. Do total de candidatos, seis mil fariam o exame nos municípios atingidos ou em situação de emergência. São 6.640 vagas distribuídas em 21 órgãos públicos. Os candidatos podem concorrer a várias das oportunidades disponíveis, pagando somente uma taxa de inscrição.

O anúncio foi feito um dia após o governo federal ser criticado por declarar que a prova aconteceria mesmo com os temporais no Rio Grande do Sul. Após pressão, o governo voltou atrás e optou por adiar o concurso. Segundo as autoridades locais, este foi o maior desastre ambiental da história do estado.

Desastre
Na última quarta-feira (1º), o governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) decretou estado de calamidade pública, com prazo de 180 dias. As chuvas e enchentes foram classificadas como desastres de nível 3, que as caracterizam "por danos e prejuízos elevados". Todo o estado foi colocado sob alerta de inundação ou inundação severa.

Até a última atualização do governo do estado neste domingo, 16.609 pessoas estão desabrigados, instalados em alojamentos cedidos pelo poder público, e 88.019 desalojados. Além disso, a Defesa Civil alerta que mais de 839 mil imóveis estão sem abastecimento de água, fornecido pela empresa Corsan, e 421 mil domicílios sem energia elétrica. O número tende a aumentar com o andar das investigações e resgates da Defesa Civil.

Neste final de semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitou o Rio Grande do Sul. O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) disse que as regiões atingidas precisarão de uma espécie de "Plano Marshall", se referindo ao plano dos Estados Unidos para reconstrução de países aliados após a Segunda Guerra Mundial.

“Meu apelo ao presidente Lula é que sigamos focamos no que é o lema de sua gestão, a união e a reconstrução. Agradeço a todo o apoio do governo federal e das forças nacionais de segurança pelo que tem feito ao povo gaúcho, em sintonia com as nossas bravas equipes. A população também segue incansável e mobilizada em todos nossos municípios afetados pelo desastre. Momento é de seguir salvando vidas e, logo adiante, traçar um plano de recuperação aos moldes de um verdadeiro pós-guerra”, manifestou Eduardo Leite em suas redes sociais.

Como ajudar
O governo do Estado do Rio Grande do Sul disponibilizou uma chave Pix para receber qualquer quantia em doações para o estado. A chave Pix é o CNPJ: 92.958.800/0001-38, vinculado ao Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Barisul) ou Associação dos Bancos No Estado do Rio Grande do Sul. O governo do RS destaca que, ao realizar a doação via Pix, o doador deve confirmar que o nome da conta que aparece é "SOS Rio Grande do Sul" e que o banco é o Banrisul.