Por: Gabriela Gallo

Assim como na Paulista, ato pró Bolsonaro no Rio promete ser pacifíco

Ato na Paulista em fevereiro reuniu milhares de pessoas | Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Após o sucesso do ato na Avenida Paulista, uma das principais avenidas de São Paulo, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) convocou apoiadores e aliados para uma manifestação no Rio de Janeiro, neste domingo (21). A manifestação acontecerá na praia de Copacabana, a partir das 10h, e promete ser uma manifestação pacífica.

Ao Correio da Manhã, o advogado e assessor de Jair Bolsonaro, Fabio Wajngarten, destacou que as expectativas para a manifestação são otimistas, de forma que ela aconteça da mesma maneira que o ato na Avenida Paulista. “Esperamos uma manhã de domingo ensolarada, cheia de patriotas e apoiadores do presidente Bolsonaro”, afirmou.

Ele ainda destacou que, como se trata de uma manifestação pacífica, tal como no ato em São Paulo, não serão permitidas faixas e cartazes de apoiadores que possam ser interpretados como desrespeito a autoridades ou aos poderes da República. O evento foi organizado pelo Pastor Silas Malafaia, que financiou o evento em São Paulo.

Liberdade

Wajngarten contou à reportagem que um tema de destaque na manifestação será a liberdade, em especial a liberdade de expressão. “Há que se lembrar sempre dos amigos presos, Cid, Câmara, Filipe, e outros. Por isso, a Liberdade será um dos temas da manifestação”, afirmou.

O advogado se referiu ao tenente-coronel Mauro Cid, o coronel do Exército Marcelo Câmara e o ex-assessor de assuntos internacionais de Bolsonaro, Filipe Martins. Todos eles foram presos pela Polícia Federal (PF) acusados de participarem de um esquema de tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Além disso, o embate a nível global envolvendo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e o dono do “X” (antigo twitter), o bilionário Elon Musk, também será discutido. A polêmica entre as duas figuras coloca em xeque um tema polarizado com alta divergência: o limite da liberdade de expressão nos meios digitais.

Em um vídeo divulgado nas redes sociais, convocando seu apoiadores para a manifestação, Bolsonaro comentou que esse é o momento correto para falar sobre o futuro do país quanto ao tema. “No momento em que o mundo todo toma conhecimento do quanto está ameaçada a nossa liberdade de expressão e de o quanto estamos perto de uma ditadura, é que eu faço um convite a você. Vamos fazer um ato pacífico em defesa da democracia e da nossa liberdade”, afirmou o ex-presidente.

Alcance

Ao Correio da Manhã, o cientista político Tiago Valenciano avaliou que a adesão da população no ato do Rio de Janeiro deve ser menor, em comparação ao ato em fevereiro na Avenida Paulista, visto que o ex-presidente está em uma situação mais agravada nas investigações da Polícia Federal e da Justiça do que quando houve o ato na Paulista. E, por outro lado, no momento já não está tanto nas manchetes dos jornais quanto estava antes.

“Me parece que a militância online tem superado a militância de rua no apoio para o Bolsonaro ou para a Rede Bolsonaro, em virtude de que as coisas estão mais distantes. Não se vê o presidente tão próximo assim da população, até mesmo em virtude das acusações que ele tem enfrentado”, completou Valenciano.

Dentre as autoridades previstas para aderirem ao ato estão o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, e o pré-candidato a prefeito do Rio, deputado federal Alexandre Ramagem, ambos do PL. Além disso, o chamado “núcleo duro” do bolsonarismo, como os deputados federais Gustavo Gayer (PL-GO), Nikolas Ferreira (PL-MG) e Sóstenes Cavalcante (PL-RJ). Todos devem discursar no palanque.

Alguns nomes que estiveram na Paulista podem não estar presentes agora. Caso do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo); Zema ficará no seu estado porque o dia 21 de abril é também o feriado de Tiradentes. E, nesse dia, é realizada a solenidade da Medalha da Inconfidência, na qual o governador condecora os homenageados com a maior honraria estadual. Não há ainda confirmação da presença ou não do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).