Por: Gabriela Gallo

Além de servidores da educação, Correios também podem entrar em greve

Correios são próxima categoria a parar | Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Após falta de negociação entre o governo federal e servidores públicos, a expectativa para os próximos meses são greves em diversos setores no funcionalismo público. O Fórum Nacional Permanente de Carreiras Tipicas do Estado (Fonacate) decretou esta quarta-feira (3) como o ‘Dia Nacional de Mobilização e Paralisação’, data selecionada para todo o país com o objetivo de convocar servidores públicos para recomposição salarial e defesa do serviço público.

Já definida, a quarta-feira dará início à paralisação nacional de servidores federais da área de educação, englobando docentes e funcionários técnico-administrativos, que pedem reajuste salarial e reestruturação de carreira. A informação foi divulgada pelo Sindicato Nacional dos Servidores da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe). A greve envolve mais de 600 campi de institutos federais, além do Colégio Pedro II, o Instituto Nacional de Educação de Surdos (Instituto Benjamin Constant), ambos no Rio de Janeiro, e colégios e escolas federais vinculadas ao Ministério da Defesa.

Está prevista uma série de atos nos próprios locais de trabalho dos servidores, além de uma manifestação programada para acontecer em frente ao Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), às 10h de quarta.

No dia 15 de abril também está agendada a paralisação de professores de universidades federais do país, segundo o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe).

Correios

Fora da área de educação, também existe a possibilidade de uma paralisação nacional dos Correios, nesta quinta-feira, 4 de abril. A data foi aprovada no final de fevereiro deste ano, no último encontro da categoria no conselho de representantes, segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect), que reúne 31 sindicatos. Os funcionários vão realizar uma assembleia geral para decidirem se irão, de fato, declarar a paralisação geral, se confirmarem, a paralisação vale para o mesmo dia.

A greve foi convocada para exigir melhorias nas condições de trabalho da categoria, além da convocação urgente de um concurso público. A convocação de novos servidores visa resolver o problema das altas e crescentes demandas por serviços postais, além da necessidade de ajustes na estatal para acompanhar as mudanças do mercado.

A categoria também reivindica que não seja suspenso o adicional de periculosidade dos motociclistas e a revisão da mudança implementada no sistema de dimensionamento de distritos. De acordo com a Fentect, a medida vai eliminar postos de trabalho e causar sobrecarga de outros funcionários dos Correios.

Demais paralisações

A Fonacate afirma que 16 categorias de funcionários públicos federais estão em paralisação ou operação-padrão – termo utilizado no meio sindical para se referir ao aumento de procedimentos burocráticos que resultam em atrasos ou redução dos serviços prestados. De acordo com entidades, em 17 de abril, uma marcha em Brasília deve reunir todos os setores em uma única manifestação.

Desde 2023, os servidores públicos negociam com o governo sobre uma correção de perdas salariais acumuladas por anos sem aumento em gestões anteriores. No caso dos servidores de educação, a categoria esperava uma resposta do governo até a última sexta-feira (29 de março). Porém, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet – como porta-voz do governo – informou que o governo só pode dar um retorno às reivindicações em maio. A categoria não gostou da extensão do prazo e decretou a paralisação.

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