Por: Ana Paula Marques

Lula e Macron lançam submarino com tecnologia francesa

Lula e Macron no lançamento do submarino Tonelero, em Itaguaí | Foto: Ricardo Stuckert/PR

Ao lado do presidente da França, Emmanuel Macron, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lançou, nesta quarta-feira (27), o Tonelero, um submarino construído no Brasil com tecnologia francesa. A iniciativa faz parte do Programa de Desenvolvimento de Submarinos da Marinha, o Prosub. O submergível é o terceiro dos cinco previstos no programa que devem ser entregues até 2033.

Ao visitar o complexo naval de Itaguaí, no Rio de Janeiro, junto ao líder francês, o presidente Lula declarou que o Prosub garante a soberania brasileira no litoral, além de fortalecer a indústria naval “com geração de emprego e renda, promovendo o desenvolvimento do setor com muito inovação”. De acordo com o presidente brasileiro, um país que quer proteger a soberania de seu povo tem que se preocupar com seus espaços aéreo, marítimo e terrestre, além das riquezas naturais.

O programa, iniciado em 2008 durante o segundo mandato presidencial de Lula, é uma parceria com o Naval Group, estatal francesa. Para a iniciativa, é estimado o total de R$ 40 bilhões de investimentos e também a construção de cinco submarinos, sendo quatro convencionais e um movido a propulsão nuclear, batizado de "Álvaro Alberto". Atualmente, dois submarinos desenvolvidos pelo Prosub já estão em operação, o Humaitá e o Riachuelo.

O presidente francês defendeu a parceria, ao citar que tanto o Brasil quanto a França são potências independentes.

“As grande potências pacíficas devem reconhecer que, neste mundo cada vez mais desorganizado, temos que ser capazes de fazer uso de falar da firmeza e da força. Somos as potências que não querem ser os lacaios de outros. Temos que saber defender com credibilidade a ordem internacional”, afirmou Macron no evento.

Visita 

O presidente francês chegou ao Brasil na última terça-feira (26), e cumpriu agenda junto ao presidente Lula em Belém, no Pará, onde os dois países anunciaram um plano de investimentos em bioeconomia para a Amazônia. A iniciativa pretende alavancar 1 bilhão de euros, cerca de R$ 5,3 bilhões em recursos públicos e privados nos próximos quatro anos.

Segundo declaração dos dois líderes, a iniciativa incluirá parceria técnica e financeira entre bancos públicos brasileiros, como o Banco Nacional de Desenvolimento Econômico e Social (BNDES), o Banco de Desenvolvimento da Amazônia e a Agência Francesa de Desenvolvimento.

A iniciativa também prevê colaboração na área científica, entre Brasil e França, com a criação de um centro de pesquisa, investimento e compartilhamento de tecnologias, através de um novo acordo científico entre os dois países. Esse projeto deve ser operado pela Embrapa e pelo centro de pesquisa francês para a agricultura, o Cirad.

São Paulo

O presidente francês também visitou a cidade de São Paulo, na tarde de quarta-feira (27), dessa vez sem Lula. Macron participou do Fórum Econômico Brasil-França, na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O evento não acontece desde 2019. Para representar o Brasil, participou do evento o vice-presidente Geraldo Alckmin. Investidores brasileiros também estavam no encontro.

Brasília

A agenda de Macron no Brasil se encerra, nesta quinta-feira (28), com visita ao Senado Federal, em Brasília, onde será recebido pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). É previsto que no Congresso Nacional Macron discuta com os parlamentares o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul. No fim de 2023, o Ministério das Relações Exteriores dava fortes indícios da conclusão do tratado, mas Macron apresentou forte oposição a isso. E a maior resistência ao acordo vem da França.

Além disso, durante a visita, também será instalado no Senado o Grupo Parlamentar Brasil-França (GPFrança), voltado a incentivar e desenvolver as relações bilaterais entre os Poderes Legislativos dos dois países.

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