Por: Rudolfo Lago

Reprovação de Lula empata com aprovação, diz Datafolha

Presidente Lula | Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Por Rudolfo Lago

Pesquisa do Datafolha divulgada na quinta-feira (21) corrobora o alerta para o governo que já tinha sido apontado por três outros levantamentos: a popularidade do governo Luiz Inácio Lula da Silva está caindo. Segundo o Datafolha, o índice dos que desaprovam o governo empatou com o percentual dos que aprovam, dentro da margem de erro, que é de dois pontos percentuais. Consideram o governo Lula bom ou ótimo, 35%. Avaliam o governo como ruim ou péssimo, 33%. Acham o governo regular, 30%.

A pesquisa reforça o cenário desfavorável ao mostra que as oscilações, com relação ao levantamento anteior, feito em dezembro do ano passado, ficaram acima da margem de erro. A aprovação do governo caiu três pontos percentuais: na rodada anterior, era de 38%. O mesmo aconteceu com relação à desaprovação, que subiu também três pontos, de 30% para 33%. O percentual dos que consideram o governo regular manteve-se o mesmo: 30%.

O levantamento foi realizado entre os dias 19 e 20 de março. O Datafolha ouviu 2.002 pessoas em 147 municípios de todo o país.

Alerta

A aferição do Datafolha corrobora o que já tinha sido apontado em pesquisas anteriores do Atlas/Intel, Quaest e Ipec. Em todas elas, a popularidade do governo Lula ganhou. Algo que não surpreendeu o próprio presidente. Em entrevista recente, o presidente reconheceu que o governo vem entregando menos do que prometera.

Por isso, na segunda-feira (18), Lula fez uma reunião ministerial para fazer cobranças de resultados aos ministros. A maior cobrança foi feita ao setor de saúde. Lula chegou a cobrar na própria reunião de segunda a ministra da Saúde, Nísia Trindade. A ministra chegou a chorar durante a reunião, reclamando da pressão política que se abate sobre ela.

Saúde

No dia seguinte, Lula voltou a chamar Nísia e sua equipe para uma conversa específica no Palácio do Planalto. Há um incômodo com relação a vários pontos da saúde. O que mais incomoda Lula é a condução das ações de combate à epidemia de dengue. Para o presidente, o Ministério da Saúde não está conseguindo controlar o avanço da doença. E ainda gerou falsas expectativas quanto à possibilidade de vacinas contra a dengue na rede pública.

Mas há ainda problemas relacionados à gestão dos hospitais federais e falta de transparência em repasses. Como mostrou o Correio da Manhã na quarta-feira (20), uma portaria revogou, por exemplo, critérios objetivos de avaliação de qualidade na área cardiológica, o que levou a aumento em preços de OPMEs (Órteses, Próteses e Materiais Especiais). Antes, o Correio já mostrara os problemas nos repasses para municípios nas áreas de alta e média complexidade. O ministério repassou R$ 55 milhões para Cabo Frio; exatamente um mês depois, o filho da ministra, Márcio Lima Sampaio, foi nomeado secretário de Cultura do município. Esta semana, Nísia demitiu dois auxiliares por conta dos problemas na gestão dos hospitais: Helvécio Magalhães, que exercia a Secretaria de Atenção Especializada à Saúde, e Alexandre Telles, que era o diretor do Departamento de Gestão Hospitalar do Rio de Janeiro.

Outra área com problemas é a segurança pública. Há 30 dias, dois presos fugiram no Presídio de Segurança Máxima de Mossoró (RN). Apesar de todo o efetivo mobilizado, não há qualquer sinal deles. Pesquisas apontam a segurança como a área de maior preocupação da sociedade no momento.

Também há preocupações econômicas. A sociedade demonstra insatisfação especialmente com a alta do preço dos alimentos.

Nos três meses que separam as rodadas do Datafolha, o governo viu recrudescer novamente o antipetismo, depois do ato promovido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro na Avenida Paulista, em São Paulo, no dia 25 de fevereiro, e as ações feitas pela oposição. 

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