Durante o “happy hour” com lideranças do Senado Federal e o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se manifestou contrário à proposta que determina o fim da reeleição para governadores, prefeitos e presidente da República, à partir de 2030. A declaração e o encontro ocorreu na noite de terça-feira (5) no Palácio da Alvorada.
O presidente argumentou que o período de um mandato seria insuficiente para o então candidato eleito poder “entregar uma estrada” ao final. A proposta de fim da reeleição está em tramitação no Senado, tento como relator o senador Marcelo Castro (MDB-PI). Ela propõe um único mandato de cinco anos (atualmente são quatro) para os comandantes do poder Executivo. Ao contrário de Lula, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), defendeu a proposta. Mesmo que a proposta seja aprovada pelo Congresso Nacional, a medida não atingirá o presidente Lula, mas somente os próximos governantes.
O projeto que extingue a reeleição ganhou os holofotes do Senado e tem o apoio de Rodrigo Pacheco, que o classifica como “o primeiro passo para a reforma eleitoral”. Os parlamentares favoráveis à medida alegam que os últimos anos não apresentaram bons resultados gerais com a reeleição dos candidatos. Apesar de discordar da proposta, Lula cogitou as sugestões de ampliar os mandatos para seis anos.
No entanto, o presidente não discutiu o tópico com os parlamentares por muito tempo. Após comentar sobre a divergência, o presidente conversou de temas mais amenos com os parlamentares.
Outras pautas
Os senadores também cobraram uma maior participação direta de Lula com os senadores. Inicialmente era esperado que fossem feitas críticas ao ministro de Relações Institucionais do governo, Alexandre Padilha, mas os senadores enfatizaram que sentem faltam da presença do presidente Lula nas negociações.
A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), a única mulher presente no encontro, pediu uma atenção maior do presidente e do governo federal com a bancada feminina da Casa e as pautas de interesse da bancada. O presidente se comprometeu a se encontrar com as parlamentares para tentar resolver as pendências.
O encontro, que aconteceu nos mesmos moldes do encontro com Arthur Lira (PP-AL) e lideranças da Câmara, foi uma estratégia para estreitar laços entre os poderes Executivo e Legislativo. A reunião aconteceu em um tom informal, com discussões leves, como se fosse uma confraternização entre os senadores.
As discussões foram menos “espinhosas” já que o presidente Lula tem uma relação melhor com Rodrigo Pacheco, em comparação a Arthur Lira. Porém, há entre os senadores um sentimento de desprestígio ao Senado em comparação à Câmara. Eles alegam que o governo federal vem priorizando as pautas dos deputados federais, em detrimento dos senadores. A proposta é transformar estes encontros em uma nova rotina para melhorar a relação entre os poderes.
