A Polícia Militar (PM) do Rio Grande do Sul apreendeu uma faca com um homem na feira agrícola da qual o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participava na terça-feira (5). A informação foi confirmada pelo advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, na quarta-feira (6), logo após o homem ser liberado pela polícia.
Segundo Wajngarten, o homem de 33 anos que foi apreendido com a arma branca — faca — na feira teria comprado o objeto no próprio evento, onde o comércio do artefato é permitido. O objeto estava no bolso dele. Segundo o irmão de Wesley Ferreira, que portava a faca, ele é apoiador de Bolsonaro e já chegou a participar de mobilizações bolsonaristas em 2023.
Wesley é morador de Lagoa Vermelha, município que fica a duas horas de distância da cidade de Não-Me-Toque (RS), onde aconteceu a feira da qual Bolsonaro participou. Ele teria ido até o local, justamente, para ver o ex-presidente. Bolsonaro foi à cidade gaúcha acompanhado dos deputados federais Tenente Coronel Zucco (PL-RS) e Bibo Nunes (PL-RS)
Vídeos postados pelo próprio Bolsonaro em seu X (antigo twitter) mostram que ele foi ovacionado e abraçado por apoiadores em sua chegada a Expodireto Cotrijal, uma tradicional feira do agronegócio. Ele esteve no meio da multidão e seu carro foi cercado por bolsonaristas, o que provocou preocupação de Wajngarten.
“Recebo com preocupação a informação de que foi preso um homem ontem em Não Me Toque / RS portando uma faca justamente na feira onde o presidente Bolsonaro estava. Solicito à Polícia Federal que apure com lupa a ocorrência. Se necessário, os advogados do Presidente estão à disposição para o devido acompanhamento”, escreveu em seu twitter, antes da confirmação de que Wesley, era apoiador.
Aceno
Em um aceno para o Executivo do Rio Grande do Sul, Wajngarten agradeceu o governador do estado, Eduardo Leite (PSDB) pela prontidão em investigar o caso “Agradeço também o Secretário de Segurança Pública, Dr. Sandro, no levantamento de informações a respeito do ocorrido em Não-Me-Toque”, descreveu.
Ele também afirmou que o homem preso assinou um termo de circunstanciado — registro de uma ocorrência de uma infração penal de menor potencial ofensivo — e foi logo liberado. “Ao contrário da grande maioria, ele vestia preto e não verde-amarelo e não possui antecedentes criminais”, disse.
Adélio
Em 2018, quanto ainda era candidato à Presidência, Jair Bolsonaro levou uma facada durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG). O autor do crime foi Adélio Bispo, considerado inimputável em razão de doença mental. Ainda em fevereiro, a 5ª Vara Federal Criminal de Campo Grande (MS) atendeu a um pedido da Defensoria Pública da União e determinou o retorno de Adélio Bispo para tratamento em Minas Gerais. Assistido pela Defensoria, ele estava no presídio federal do Mato Grosso do Sul, onde estava encarcerado desde o ataque em Juiz de Fora.
Apoiadores do presidente relataram preocupação, já que mesmo que a Polícia Federal (PF) tenha apontado que não houve um mandante, eles defendem que as investigações não foram conclusivas.
