Por: Gabriela Gallo

Pedido de impeachment de Lula tem 122 assinaturas

Oposição colheu 122 assinaturas pelo impeachment | Foto: Gabriela Gallo

Após recentes falas polêmicas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) referentes à guerra entre Israel e o grupo Hamas, a oposição ao governo viu uma oportunidade para tentar protocolar um pedido de impeachment contra o atual presidente da República. Até esta terça-feira (20), os deputados federais conseguiram 122 assinaturas para o documento. Inicialmente, a proposta era encaminhar o pedido de impeachment contra Lula ainda na terça, porém, devido às adesões de última hora, os deputados pretendem coletar mais assinaturas antes de entregar o documento para o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). Nesta quarta-feira (21), os deputados vão se encontrar com a bancada evangélica para discutirem a proposta e, eventualmente, recrutarem mais deputados interessados em aderir ao pedido.

A deputada Carla Zambelli (PL-SP), idealizadora da proposta, argumentou que, segundo a lei de impeachment (Lei nº 1079/1950), Lula não se manteve neutro quanto à guerra e, nas palavras da parlamentar, trouxe a possibilidade de o Brasil ser envolvido na guerra do Oriente Médio. “Lula se junta a países como o Irã, que tem como base o terrorismo”, disse a parlamentar.

Já o deputado federal Marcel Van Hattem (NOVO-RS) acusou o presidente Lula pelo crime de racismo, alegando que as falas do presidente foram antissemitas. “Sua manifestação é antissemita. Comparando hoje a reação legítima de Israel ao ataque terrorista, ao crime bárbaro de genocídio cometido por Hitler durante a Segunda Guerra Mundial apresentando o nazismo. Isso é inaceitável”, acusou Van Hattem.

O líder da oposição na Câmara, deputado Carlos Jordy (PL-RJ), manifestou satisfação na mobilização dos parlamentares para derrubarem Lula após o caso, mas cobrou que o presidente Arthur Lira acate o pedido.

Todavia, nos bastidores Lira não tem o mesmo posicionamento dos deputados. As informações são do colunista do UOL Tales Faria. Lira teria conversado com o presidente Lula por telefone e teria dito que “iria jogar no lixo” o pedido de impeachment por considerar que o pedido é “inconsistente”.

Relembre

Em entrevista com a imprensa, no domingo (18), Lula fez duras críticas à forma como Israel vem atuando contra palestinos na Faixa de Gaza, alegando que a resposta de Israel é totalmente desproporcional ao que ocorreu em Israel e não é um ataque contra soldados, mas contra civis. O presidente – que sempre criticou a atuação do Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu -, comparou os bombardeiros e ataques contra a Faixa de Gaza com o Holocausto. “O que está acontecendo na Faixa de Gaza, com o povo palestino, não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler decidiu matar os judeus”, declarou Lula.

A declaração foi polêmica e, nesta segunda-feira (19), Lula foi considerado pelo governo israelense como "persona non grata", termo diplomático usado para afirmar que uma pessoa não é “bem-vinda” pelo governo do país.

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