Por: Gabriela Gallo

Bolsonaro pede que aliados não organizem atos paralelos no dia 25

Tarcísio confirmou presença na manifestação | Foto: Alan Santos/PR

O ato em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está agendado para o dia 25 de fevereiro (domingo) às 15h na Avenida Paulista, na capital de São Paulo, com traje oficial definido: verde e amarelo. Alvo de recentes investigações da Polícia Federal (PF), Bolsonaro já adiantou que o ato será para ele se defender das acusações que vem enfrentando. Na última sexta-feira (16), Jair Bolsonaro divulgou em suas redes sociais um vídeo no qual ele pede que seus apoiadores não organizem atos paralelos ao redor do país para não perder o foco do encontro.

“Eu quero agora me dirigir às pessoas que não podem comparecer ao ato. Eu quero apelar: não façam movimentos em outros municípios, nem de manhã e nem à tarde. Por favor, o movimento é exclusivo para a [Avenida] Paulista. Colaborem conosco! É uma grande fotografia, é um momento ímpar para mostrar para o mundo o movimento, de verde e amarelo, sem faixas e sem cartazes, o que nós queremos: Deus, pátria, família e liberdade”, declarou Bolsonaro.

Oposição

Ao Correio da Manhã o doutor em ciência política Leandro Gabiati destacou que o ato organizado pelo ex-presidente é uma tentativa de sinalização de que, “independente de qualquer situação, ele continua sendo aquele que lidera a oposição”.

“Bolsonaro é o principal referente político da oposição e, ainda que inelegível e sem chance legal de disputar o cargo, ele continua sendo uma figura política central dentro do sistema político. Há um grupo muito leal a Bolsonaro que deverá responder ao chamado do ex-presidente. Há um discurso de perseguição, um discurso que exalta a ameaça da liberdade, então esse discurso tem apelo em determinados setores da sociedade bem conservadores. Assim, é provável que o Bolsonaro consiga seu objetivo, que é ter uma imagem de força política”, explicou o analista político.

Na quinta-feira (15), o advogado e assessor de Bolsonaro, Fábio Wajngarten, acompanhado do pastor Silas Malafaia e do deputado federal Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS), reforçaram que o ato não será financiado com recursos públicos, mas será patrocinado pelo pastor. Criticado pela possibilidade de cobrar maiores dízimos aos fiéis para custear o ato - que vai contar com um trio elétrico - Silas Malafia divulgou uma nota em suas redes sociais afirmando que a Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC) e a Associação Vitória em Cristo (AVEC) não irão financiar o ato. “A responsabilidade é minha e pessoal. Com o maior prazer farei isso em favor do Brasil”, afirmou por meio de nota.

Aliados confirmados

Ainda na sexta-feira, aliados de Bolsonaro divulgaram nas redes sociais um vídeo convocando os interessados para o ato. Na gravação, aparecem os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Nikolas Ferreira (PL-MG) e Gustavo Gayer (PL-GO), o senador Magno Malta (PL-ES), o pastor Silas Malafaia e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Todos eles estão confirmados no evento, com exceção de Michelle Bolsonaro.

Além deles, diversos ex-ministros de Bolsonaro também estão presentes em apoio ao ex-chefe. Dentre eles: o ex-ministro da Casa Civil senador Ciro Nogueira (PP-PI); o ex-ministro do Meio Ambiente deputado federal Ricardo Salles (PL-SP); ex-ministro de Ciência e Tecnologia senador Marcos Pontes (PL-SP) e o ex-ministro de Pesca e Agricultura senador Jorge Seif (PL-SC). Outros parlamentares que confirmaram presença são: o líder da oposição na Câmara, Carlos Jordy (PL-RJ); os líderes do PL na Câmara e no Senado, Altineu Côrtes (RJ) e Carlos Portinho (RJ); as deputadas Carla Zambelli (PL-SP) e Bia Kicis (PL-DF) e os deputados federais Marcos Pollon (PL-MS) e Pastor Marco Feliciano (PL-SP).

Além dos parlamentares do Congresso, os governadores Tarcisio de Freitas (Republicanos-SP) e Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) também estarão presentes, acompanhados do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB-SP), e do prefeito de Chapecó (SC), João Rodrigues (PSD).

E quem não vai?

Figurinha carimbada em atos políticos do ex-presidente em anos anteriores, o empresário e dono das lojas Havan, Luciano Hang, declarou que não estará presente agora. Ele alegou que está “totalmente focado em suas atividades empresariais” e não pretende ir em próximas agendas políticas. Além de Hang, a ex-ministra da Mulher e da Família, senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e Onyx Lorenzoni, que ocupou quatro pastas durante a gestão de Bolsonaro, também não estarão presentes no ato. Lorenzoni está em Portugal e Damares alegou ter agendas oficiais no dia.

Além deles, governadores aliados de Bolsonaro como Jorginho Mello (PL-SC) e Antônio Denarium (PP-RR) também não estarão presentes devido a outros compromissos oficiais. O ex-ministro da Justiça de Bolsonaro senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) afirmou que não vai se manifestar.

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