O segundo ano do mandato de Lula começou positivo. Nesta terça-feira (23), a Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgou a 160ª edição da Pesquisa CNT de Opinião, realizada pelo Instituto MDA Pesquisa, realizada para divulgar a opinião da população do país sobre o desempenho do governo atual. Dos 2.002 entrevistados nesta edição, 42,7% avaliam o governo federal como ótimo ou bom, 28,1% como regular e 27,9% como ruim ou péssimo. A aprovação do desempenho pessoal do presidente Lula é de 55,2%. As três áreas de destaque na avaliação dos entrevistados são: economia, educação e saúde.
Os resultados da pesquisa não apresentaram uma grande diferença em relação aos levantamentos feitos nos meses anteriores. Ao longo de 2023, Lula apresentou uma média de rejeição em 30%. Portanto, apesar do crescimento de 0,3 pontos percentuais desde setembro de 2023 até o momento, não houve mudanças significativas. Em entrevista exclusiva ao Correio da Manhã, o diretor do Instituto MDA Pesquisa, Marcelo Souza, destacou que o resultado já era esperado pela polarização da população.
“Nós viemos de uma eleição altamente polarizada, em que a diferença no segundo turno foi muito pequena, então isso já era esperado. Mas um lado positivo para o governo é que a diferença entre aprovação e desaprovação é de 15 pontos percentuais, o que é muito maior do que foi registrado na eleição [de 2022]. É sempre bom o índice de aprovação ir crescendo, mas eu vejo o resultado atual, mesmo que se mantendo semelhante às últimas pesquisas, mais positivo do que negativo”, afirmou o pesquisador.
Em comparação com o governo de Jair Bolsonaro (PL), o atual governo está se saindo melhor nas áreas de economia, saúde, relacionamento com o Congresso Nacional, ajuda aos mais necessitados e infraestrutura. Porém, está se saindo pior no combate à corrupção e segurança pública. As expectativas para o Brasil nos próximos seis meses se mantêm otimistas para as áreas da saúde, renda pessoal, emprego e educação.
Emprego
Na área econômica, a população considera que as prioridades são a geração de empregos (51%) e o controle da inflação (27,4%). Do total de entrevistados, 68,2% acreditam que as ofertas de emprego estão melhorando, 64,4% estão empregados e, dos que estão empregados, 46,6% não têm medo de perder o emprego.
A percepção majoritária é que a oferta de empregos está melhorando. Pedro Diniz, de 24 anos, confirma essa impressão. Em conversa com a reportagem, ele contou que ficou desempregado de 2020 até junho de 2023, quando ele conseguiu um emprego como promotor de vendas, na área de frutas, legumes e verduras de supermercados. Ele também faz parte dos 75% dos entrevistados que avaliaram que o reajuste do salário-mínimo de R$ 1.320 para R$ 1.412 (um aumento de R$ 95) foi abaixo do necessário. “Eu entendo que não tem como ter um grande reajuste em um valor alto, mas talvez poderia ter sido maior. Eu entendo que nós estamos saindo de uma crise política dentro país, mas acredito que poderia ter sido um aumento um pouco mais alto, pelo menos uns R$ 120”, concordou Diniz.
A pesquisa
A pesquisa foi realizada entre os dias 18 a 21 de janeiro de 2024, de forma presencial. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais. Para a reportagem, o diretor do Instituto MDA Pesquisa esclareceu que as entrevistas seguem dois rigorosos critérios na coleta de informações: a distribuição geográfica e o perfil dos entrevistados nessa região.
Na distribuição geográfica, as entrevistas são distribuídas dentro da proporção do tamanho de cada região. “Se a região Sul corresponde a 15% do eleitorado, por exemplo, eu vou fazer 15% das entrevistas na região Sul. Assim a gente faz para todos os estados, então nós calculamos quantas entrevistas vamos distribuir para cada estado”, explicou.
Definida a quantidade de entrevistas, é preciso entender qual é o perfil do entrevistado (gênero, idade, renda familiar e nível de instrução). “A equipe já vai para campo sabendo quantos homens ele tem que entrevistar, quantas pessoas de 18, 24 anos ele tem que entrevistar, quantas pessoas acima de 18 anos estão lá. Exatamente para que se possa garantir que essa amostra represente uma miniatura de toda a população”, destacou.
