Por: Gabriela Gallo

Líder da oposição na Câmara é alvo da PF por 8/1

Jordy reclama de perseguição política | Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

A Polícia Federal (PF) continua a Operação Lesa Pátria, que investiga e apura os envolvidos nos atos antidemocráticos em oito de janeiro de 2023, em Brasília. O alvo da 24ª fase da operação, nesta quinta-feira (18), foi o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), acusado de ter incentivado os invasores, após trocar mensagens com um dos organizadores dos atos. Lideranças da oposição no Congresso preparam um manifesto conjunto em repúdio à operação da PF contra o líder da oposição.

Em 28 de janeiro do ano passado, Carlos Victor de Carvalho, responsável pela organização dos atos em Campos dos Goytacazes (RJ), foi preso e teve o celular apreendido. No aparelho, a polícia encontrou troca de mensagens entre o preso e o parlamentar. Dentre as conversas, eles trocaram mensagens em 17 de janeiro de 2023, quando Carlos estava foragido da polícia. Com isso, se deu início a investigação.

Jordy é líder da oposição ao governo Lula (PT) na Câmara dos Deputados. Ele prestou depoimento à superintendência da PF do Rio de Janeiro na quinta-feira (18) pela manhã. Após prestar depoimento, o celular do deputado foi apreendido. O ministro relator dos atos no Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou a quebra de sigilo telefônico de Jordy.

“Perseguição”

Por meio das redes sociais, o parlamentar criticou a investigação, disse que não existem provas que possam incriminá-lo e julgou o caso como perseguição política. “Uma medida autoritária, sem fundamento, sem indício algum, que somente visa perseguir, intimidar e criar narrativa às vésperas de eleição municipal”, escreveu o parlamentar.

Ele também postou um vídeo se defendendo das acusações. “Nunca apoiei nenhum tipo de ato anterior ou depois do oito de janeiro, embora as pessoas tivessem o seu direito de fazer suas manifestações contra o governo eleito. É uma condenação totalmente arbitrária”, ele manifestou.

Candidatura

Carlos Jordy é pré-candidato à prefeitura de Niterói, no Rio de Janeiro. Com o início das investigações, o parlamentar afirmou que a intenção da investigação é prejudicá-lo em sua campanha eleitoral, por desgastar a imagem do parlamentar.
Em conversa com o Correio da Manhã, o advogado especialista em direito eleitoral Alberto Rollo esclareceu que ele ainda pode concorrer ao cargo, já que a lei da ficha limpa determina que “fica inelegível aquele que for condenado criminalmente em alguns crimes” específicos. Além disso, a condenação precisa ser feita por um órgão colegiado. “Como ele é deputado, ele tem foro privilegiado e vai ser julgado no STF”, afirmou o advogado.

Alberto Rollo ainda completou que, como as acusações foram feitas na metade do mês de janeiro, não há tempo suficiente para o processo ser julgado na Suprema Corte a tempo do período eleitoral, entre agosto e outubro deste ano. Portanto, até o momento, o parlamentar ainda pode concorrer ao cargo sem problemas.

“Começaram as investigações agora, primeiro tem o inquérito, depois vai para a Procuradoria Geral da República [PGR] já que ele é deputado, depois é feita uma denúncia, em seguida o órgão recebe ou não recebe a denúncia. Então se virar processo, ele deve demorar e ultrapassar o período eleitoral”, completou Rollo.

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