Por: Rudolfo Lago e Ana Paula Marques

Presidente da CAE quer números sobre reoneração

Vanderlan quer detalhamento dos números | Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Em mais um desenrolar do novo “conflito” entre governo e Congresso Nacional, o presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal, senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO) sugere que sejam estudados de maneira detalhada os números obtidos em cada empresa de cada setor desde que a desoneração da folha de pagamentos dos 17 principais setores da economia começou a ser adotada no governo federal. Ele sugere que essa análise seja feita a partir dos números disponíveis nas áreas do governo que lidam com a questão, os Ministérios da Fazenda, do Trabalho e da Previdência Social.

Segundo o senador, somente essa análise detalhada por dar o subsídio necessário para a formulação do projeto de lei que começa a ser negociado como solução para o litígio entre Executivo e Legislativo provocado pela medida provisória editada por sugestão do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reonerando as folhas desses setores.

Vanderlan sugere que se verifique detalhadamente, por exemplo, quantos empregos foram criados em cada empresa de cada setor desde o início da desoneração. Quantas demissões. Enfim, qual o impacto da medida especificamente em cada empresa de cada setor. Para que se saiba de maneira mais acurada os efeitos econômicos da desoneração para verificar caso a caso se deve ser mantida ou não.

A MP editada por Haddad, vai na contramão de uma decisão do Congresso, que aprovou a prorrogação da desoneração e derrubou um veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, renovando a medida, que já esta vigente há 12 anos, para mais quatro.

Articulações

Haddad tem conversado com autoridades. Na última segunda-feira (15), por exemplo, ele se reuniu com o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para evitar que a MP da reoneração seja devolvida pelos Congressistas. Na quarta-feira (17), ele reuniu-se pela manhã com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Como o Correio da Manhã apurou, ficou acordado que a prorrogação da desoneração fica.; Porém, será editada uma nova MP, revogando a parte da desoneração, como alternativa para se encontrar um consenso entre os poderes. Além da criação de um projeto de lei que deverá ser a solução para o novo “conflito”.

O ministro levou as considerações sobre a reunião ao presidente Lula nesta quarta-feira (17). Haddad já havia declarado que precisava de algumas decisões do chefe do Executivo para prosseguir com os acordos. Não se sabe, porém, se houve evolução após a conversa com Lula. O ministro saiu da reunião pela garagem do Palacio do Planalto, sem falar com jornalistas, o que pode significar nenhum avanço.

“Covardia”

O ministro da Fazenda disse, na terça-feira (16), que não existe "tensão" entre o governo e o Congresso e que a equipe econômica vai conversar com todos as partes envolvidas no tema.

Em entrevista a um podcast do PT, o ex-deputado federal e um dos fundadores do partido José Dirceu disse que é “quase uma covardia” os integrantes do partido não apoiarem as propostas do ministro da Fazenda.

Petistas, como o da própria presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), vêm travando diversos embates públicos com o ministro da Fazenda. “Não adianta criticar o Haddad, que é ministro da Fazenda, porque a política econômica é do governo do presidente Lula“, disse.

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