Por: Ana Paula Marques

Falta de quórum cancela reunião da CPMI

Maia e Eliziane na sessão que não houve | Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

A sessão da CPMI que iria ouvir o blogueiro Alan Diego dos Santos Rodrigues, na última quinta, foi cancelada. Ele é um dos condenados pela tentativa de atentado a bomba colocada em um caminhão-tanque de querosene no aeroporto de Brasília, na véspera do Natal passado. Antes da oitiva, iria acontecer a sessão deliberativa, para votar os requerimentos das próximas convocações.

Porém, logo antes da reunião, a mesa diretora da comissão divulgou nota onde justificou o cancelamento pela falta de quórum. “Tendo em vista à previsão de baixo quórum da sessão e que o tema do evento do aeroporto já foi debatido, a reunião foi cancelada”.

Anteriormente a CPMI ouviu os também condenados o empresário George Washington de Oliveira Sousa e o blogueiro Wellington Macedo de Souza, envolvidos na tentativa de atentado terrorista.

O presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União-BA), condicionara a votação de novos requerimentos propostos pelos governistas, se fossem votados também os da oposição, que quer convocar o coronel José Américo de Souza Gaia, comandante da Força Nacional no dia dos ataques golpistas. Para tentar emplacar a narrativa de que o ministro da Justiça, Flávio Dino, teria sido omisso por não acionar a Força na data.

Já a base governista defende a convocação dos últimos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como forma de tentar comprovar a delação premiada do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, que teria mencionado uma reunião de Bolsonaro com os comandantes para tratar de uma eventual decretação de Estado de Defesa e intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) numa tentativa de golpe.

CPI - DF

Enquanto a CPMI do Congresso não conseguia se reunir, a CPI dos Atos Antidemocráticos na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) ouviu a bancária Ana Priscila Azevedo, apontada pela Polícia Federal como uma das organizadoras dos atos terroristas e invasões dos prédios dos três poderes. Na oitiva, ela afirmou que militares “ajudavam, incentivavam e tiravam fotos” das invasões. Ana Priscila ficou 11 dias acampada em frente ao Comando Militar do Sudeste, em São Paulo.

Apesar de vídeos apresentados na reunião mostrarem que ela depredou prédios públicos, ela nega ter feito.

Ainda em seu depoimento, ela disse que sua intenção era que a transparência das eleições de 2022 fosse confirmada pelas Forças Armadas. “Elas eram como um VAR”, disse, comparando com os equipamentos de vídeo utilizados para tirar dúvidas sobre lances esportivos. “O gol valeu ou não valeu? Era só isso que a gente queria saber".
Ela também afirmou que nunca houve um pedido para que os acampamentos fossem desmontados antes das depredações e nem nenhum tipo de desmotivação por parte do Exército. A bancária está presa desde o dia 10 de janeiro na Penitenciária Feminina do DF, conhecida como Colmeia, no Gama.

O ministro Alexandre de Moraes precisou aprovar sua saída da penitenciária para que ela comparecesse à CPI.