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Conselho de Ética julga Zambelli, Nikolas e Eduardo Bolsonaro

Zambelli responde após xingamento a colega deputado | Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Por Maria Eduarda Angeli

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados se reúne nesta quarta-feira (02) para debater sobre denúncias contra uma série de parlamentares, entre eles Carla Zambelli (PL-SP), Nikolas Ferreira (PL-MG) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A legenda que abriga os três, inclusive, deve ter uma ação analisada na sessão. O pedido é de que deputadas que chamaram integrantes do partido de "assassinos" percam os mandatos. A volta das atividades para o segundo semestre já conta com dez relatórios preliminares na lista para serem julgados.

O caso de maior destaque é o de Zambelli, que é investigada por quebra de decoro parlamentar. Em 11 de abril, ela mandou o deputado Duarte Júnior (PSB-MA) "tomar no c*", na ocasião de um comparecimento do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, em audiência pública. A parlamentar é visada até mesmo entre os colegas de partido, que vêm criticando sua postura em plenário.

Relembre

Nikolas Ferreira está na berlinda pela performance realizada no último Dia Internacional da Mulher, quando foi à tribuna e, usando uma peruca de cabelos longos, debochou de mulheres trans. Ele se aproveitou da tradição da Casa que dá prioridade para fala de pessoas do sexo feminino na data e, pedindo para ser chamado de "Nicole", se inscreveu para pronunciamento, discursando contra o movimento feminista.

O deputado chegou a ser repreendido pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que garantiu que não iria "admitir o desrespeito contra ninguém".

"O Plenário da Câmara dos Deputados não é palco para exibicionismo e muito menos discursos preconceituosos", defendeu.

Já o comportamento de Eduardo Bolsonaro é apurado no âmbito dos acontecimentos do dia 19 de abril: tentou agredir o deputado Dionilso Marcon (PT-RS), depois que o petista disse que a facada sofrida pelo ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) teria sido uma "fakeada". "Vou dar uma facada no seu bucho e quero ver o que você vai fazer. Facada é teu c*, viado", ameaçou o filho 03 do ex-presidente. Ele se retirou da sessão alegando que se perdesse seu mandado, o perderia com "dignidade".

Outros parlamentares

Além dos três mais conhecidos, está na mira do Conselho o deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA), por suposta importunação sexual contra Julia Zanatta (PL-SC), cometida no dia 13 de abril deste ano durante uma discussão. Ele se aproximou por trás da bolsonarista e falou em seu ouvido, afastando seu cabelo. José Medeiros (PL-MT) também é investigado, por suspeita de agressão física a Miguel Ângelo Filho (PT-MG) em 8 de março, e por intimidar a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) no mesmo dia.

As deputadas do Psol Célia Xakriabá (MG), Fernanda Melchionna (RS) e Talíria Petrone (RJ) são acusadas de falta de decoro, juntamente com a petista Juliana Cardoso (SP), por "xingar" deputados de "assassinos" na votação do Marco Temporal, que tratava da demarcação de terras dos povos originários. Petrone acumula, ainda, a ocasião em que afirmou que Ricardo Salles (PL-SP), estaria envolvido em operações de "garimpo ilegal e madeira ilegal" e que teria fraudado mapas em seu tempo como ministro do Meio Ambiente.