Por: Cláudio Magnavita
O jornalista e colunista político do Correio da Manhã, Cláudio Magnavita esteve no Palácio do Planalto, em Brasília para uma conversa franca com o presidente da República, Jair Messias Bolsonaro. Sem papas na língua, o presidente respondeu todas as perguntas de Magnavita durante toda a entrevista dos mais diversos temas de dentro da política nacional. Você, leitor do Correio da Manhã, tem acesso com exclusividade a esse conteúdo nas linhas abaixo, acompanhe como foi esse encontro esclarecedor da política nacional.
CM - Estamos chegando há quatro anos de mandato, mas na realidade um ano e meio de mandato pleno porque o restante foi absorvido pela pandemia. Uma pandemia que pegou todo mundo pelo meio e o senhor teve de mudar, centralizar os esforços do governo para enfrentar o coronavírus. Qual o balanço o senhor faz, principalmente nesta primeira fase do governo, antes da pandemia, quando estava pleno e a máquina estava começando a funcionar sem se preocupar com a epidemia global?
JB - Eu assumi o Brasil com problemas éticos, morais e econômicos. Em 2019, fizemos muita coisa para ajustar a economia, com a reforma da previdência, a Lei da Liberdade Econômica, as tal das NRs, Normas Regulamentadoras que reduzimos drasticamente tirando poderes de fiscalização inócuos, mas alguns órgãos fiscais faziam mau uso disso. Acertamos a questão do MST, o governo não deu mais dinheiro para o MST. Em especial via ONGs que o próprio governo alimentava. Começamos a titular terras pelos Brasil. Começamos a discussão sobre armamento e aprovamos o porte estendido em 2020. Por decreto, nós começamos a dar direitos ao cidadão de bem possuir sua arma de fogo e a qualidade dos Ministros, isso que é o mais importante. Se você pegar qualquer Ministro e comparar com os que os antecederam, você vai ver uma diferença gritante. Você pega em Cultura, Tarcísio de Freitas, que faz milagre com um orçamento na casa de oito bilhões de reais, que não é nada pelo tamanho do Brasil e pelo total do orçamento. Você pega também o que fez a equipe econômica, respeitando o mercado. Você vai para Agricultura, com a Teresa Cristina, onde nós abrimos frente com o mundo todo. O agronegócio que já vinha numa boa balada potencializou-se, ou seja, fizemos o que tinha que ser feito em 2019. Lamentavelmente entramos aí em 2020, primeiro com aquela catástrofe de Brumadinho, que mexeu com toda a economia brasileira também, e depois basicamente a partir de março a questão da pandemia que se abateu sobre o mundo todo e não foi apenas no Brasil e o grande equívoco, erro da pandemia foi primeiro o Supremo deixar que a condução do combate ao vírus, tivesse a cargo de governadores e prefeitos.
CM - Criaram naquele momento a maior federação do Brasil porque o governo federal foi um espectador, quer dizer, no município o Prefeito mandava mais do que Presidente.
JB - eu apenas mandava o dinheiro...
CM - O senhor apenas pagava a conta. Aliás, um editorial do Correio da Manhã, eu lembrei que quem pagava a conta era o governo federal...
JB - Na verdade foram 27 governadores que eram donos da situação, e aproximadamente 5.700 prefeitos, onde cada um fazia o que bem entendia. Teve prefeito que quis decretar interdição do espaço aéreo, outro até no Rio de Janeiro, na região norte ali, que jogou pedra na pista, que você não podia entrar no município, medidas de prender mulher em praça pública sozinha lendo um livro, perseguia surfistas, é barbaridade isso aí.
CM - Agora presidente, houve por parte do governo federal a questão de defender o emprego, isso foi fundamental?
JB - Como nós defendemos o emprego Magnavita, primeiro com o fique em casa, você é obrigado a demitir, se não ele vai ficar com 10 funcionários na casa dele, eternamente, e você pagando salário, você não tem nem como pagar. E ia partir pra demissão. Aí nós fizemos dois grandes programas, o Pronamp e o Bei, que visava um acordo entre patrão e empregado, nós entrávamos com uma parte do salário, para que não houvesse demissão. Tanto é verdade que levando-se em conta, carteiras assinadas, nós terminamos 2020 com um pequeno superávit.
Se você buscar 2014, 2015, no governo Dilma, se perderam quase três milhões de empregos, e você não sabe...
CM - E o programa foi tão bom que até o nosso concorrente, a editora Globo, a Rede Globo, entrou nesse programa...
JB - Entrou na desoneração da folha, eram 17 setores, eu podia ali falar... vamos tirar fora as comunicações, mas eu não vou perseguir ninguém, assim como durante a pandemia nós enviamos recursos para todos os 27 governadores e quase 5.700 prefeitos, não me preocupei com a formação partidária dessas pessoas.
CM - Mas tudo bem presidente, há uma politização da pandemia, porque o senhor assistiu o que foi aquela CPI da Covid no qual, o crime mais palatável daquele momento, foi manchete do jornal. Aliás, o Correio da Manhã foi o único jornal que tocou nesse assunto e a Coluna Magnavita também, que foi a questão do Consórcio Nordeste. Quer dizer, você tem ali um consórcio, montaram uma máquina de corrupção, com nove governadores do Nordeste, 48 milhões foram entregues na primeira compra de respiradores a uma empresa que fabricava e comercializava insumos de maconha e esses 48 milhões sumiram, até hoje não apareceu. E aí por conta do Renan Calheiros Filho, o Renanzinho, tudo isso acabou não entrando na CPI. Como é que o senhor viu essa politização?
JB - Primeiramente quando se começou a discutir essa CPI, o Renan Calheiros falou o seguinte: não vamos aqui discutir desvios de recursos. Ele foi bem claro e o Consórcio Nordeste entrava o filho dele, Governador de Alagoas e quem estava a frente disso, designado pelo Consórcio os nove Governadores, foi um tal de Carlos Gabas, que até no governo Dilma, foi cogitado a ser Ministro da Defesa, olha só para onde estava indo o nosso Brasil.
CM - Entrou no Alvorada, era uma pessoa que tinha livre acesso.
JB - Então foram 48 milhões que sumiram, mas sumiram apenas Magnavita, era para comprar respiradores, então teve nordestino que morreu sufocado no hospital porque não tinha respirador. E não quiseram apurar. Depois, veio a CPI lá do Rio Grande do Norte, que foi muito bem conduzida, foi entregue esse relatório...
CM - O Deputado Kelps fez um trabalho...
JB - Ele fez um trabalho excepcional, foi dada sequência e estava nas mãos do Ministério
Público.
CM - Agora a mídia não falava nada, Presidente, isso aí...
JB - A imprensa não falava nada...
CM - O Correio da Manhã foi o único jornal a dar manchete e a fazer uma série de reportagens sobre e ninguém dava um pio.
JB - Eu vou te falar uma coisa aqui. Eu podia ter encerrado essa CPI no começo. Eu até falei há poucos dias, na Associação Paulista de Supermercados, eu podia ter encerrado. Como? Eu mandei uma MP pro Congresso para tratar de Covid, e daí o Omar Aziz, apartou uma Emenda juntamente com Renildo Calheiros, irmão do Renan Calheiros. O que dizia essa Emenda? Que Governadores e Prefeitos poderiam comprar, qualquer vacina, sem certificação da Anvisa e sem licitação. Imagina a festa que esse pessoal do Consórcio Nordeste faria no Brasil.
CM - É, o Consórcio, Sr. Presidente, na nossa apuração, foi uma máquina, é que a compra dos respiradores não deu certo, mas já tinha uma segunda compra de 90 milhões e ia ser uma farra. Agora isso fica impune. Como é que o sr vê isso?
JB - Há um Consórcio no Brasil para tirar e para me atingir! Eu fico vendo, tiraram aquele cara da cadeia, tornaram o cara elegível, pra ser Presidente, agora quem é o grande obstáculo? É o Jair Bolsonaro. Pode ver, se você levar em conta, pegar lá atrás, os prejuízos das estatais e
os lucros, atualmente, ultrapassam 100 bilhões de reais, essa é a diferença. É dinheiro que ia pro ralo. Você pode ver, o que nós temos conhecimento aqui, não tenho como comprovar e deixar bem fácil, mas é conversa de política a gente está sempre ligado, um candidato aí, que já foi Presidente da República, ele vem negociando o seu Ministério, bancos oficiais, estatais e até vagas no Supremo Tribunal Federal e está conseguindo estes apoios para si, que você não consegue imaginar.
Por exemplo, como é que certas pessoas que até pouco tempo tinham alguma credibilidade, vão pro lado da esquerda nesse grande Consórcio. Pra um partido político ele ofereceu uma estatal e a Caixa Econômica Federal. Quando se fala em Caixa Econômica Federal, não vamos achar aqui que aqueles 51 milhões do apartamento de uma pessoa lá na Bahia, foi a fada madrinha que botou dinheiro lá. Vem daí, vem de bancos oficiais, de estatais, vem da Petrobras, vem de próprio Ministério, é a corrupção!
CM - Aliás, eu tive um editorial que o Alexandre Garcia, que escreve no Correio da Manhã, eu tive a honra de o Alexandre ler, na íntegra o nosso editorial, que eu dizia que o senhor era um genocida. Que é um Genocida porque matou a corrupção, no seu governo não teve, o senhor assassinou completamente a corrupção, porque nós estamos chegando em quatro anos... Qual foi o grande escândalo do governo Bolsonaro? Nesses quatro anos?
JB - Foi a Covaxin da CPI, me acusando de eu querer comprar 400 milhões de doses de vacina da Covaxin, só que não existia nem um milhão em estoque em lugar nenhum do mundo, nem um milhão, que dirá comprar 400 milhões. E o processo foi conduzido por um cabo da PM, de Minas Gerais, com a propina de um dólar, por vacina. Não compramos nada! E outra, se tivesse comprado, seria um absurdo porque não tinha pra entregar, seria uma questão lá do Ministério e não meu. Eu não tenho a caneta das compras de cada Ministério. Então a grande acusação foi essa... Ah ele queria comprar... Então... me acusam de corrupto virtual. Deve ser isso aí. Até poucas semanas, eu vi uma manchete nos jornais que o governo Bolsonaro é acusado de cinco suspeitas de corrupção. Vai pra cima! Cadê a jornalista investigativa? Se acontecer, pode contar comigo para investigar.
CM - Agora presidente, como é que o senhor tem sentido nesse contato com a população do Brasil, nessa questão eleitoral? Por que outro dia esteve em Maringá e foi “Mito, Mito Mito” e a gente sente que o que tem alimentado muito o bolsonarismo é o anti-bolsonarismo e quanto mais tentam bater no senhor, mais há uma reação e mais fortalece a questão do bolsonarismo. O senhor tem aí no Rio de Janeiro, que é o seu berço eleitoral, já está num processo de liderança. Como é que tem sentido o seu contato com a base?
JB - Olha eu ando o Brasil todo. Inaugurando obras, as vezes encontros com cristãos, como vou estar, no próximo sábado, no Marcha para Jesus em Curitiba. Assim está sendo excepcional e não é pelo local do evento, porque você pode falar que o local é o pessoal que te apoia, bolsonarista, não, é lá e durante o percurso todo que geralmente eu vou em carro aberto, vou pendurado na porta do carro, cumprimentando o povo na rua. Raramente alguém fala, Facista! Aquela palavrada de sempre. Ou falam o nome do outro candidato.
Mas a grande maioria, está conosco. Apesar dos problemas que estamos vivendo que não é do Brasil, é do mundo todo. Quando você fala em inflação de alimentos, no mundo, tá muito maior do que o Brasil, quando você fala em preços dos combustíveis, quase no mundo todo está muito maior do que no Brasil e estamos buscando alternativas para isso. Quando quiser entrar na questão de Petrobras, combustíveis, ICMS, estou à disposição para ser questionado aqui.
CM - Inclusive eu vou mostrar aqui, Petrobras, abuso de poder econômico e insensibilidade com os brasileiros. A gente aqui defende aquela tese de que como é um monopólio, tem que ter algum tipo, o Cade vai ser a solução para a questão dos preços?
JB - Olha só, tem a função social da Petrobras, para com a questão do petróleo, na própria Constituição, isso não está sendo visto lá pela Petrobras, então o que acontece, o que eu posso falar desse caso aqui, eu costumo entregar o Ministério de porteira fechada.
Raramente eu indico alguém para o terceiro escalão. Então mudou-se o Ministro de Minas e Energia, está, e ele vai ver o que já está vendo, o que vai ser feito com a Petrobras. Eu tenho certeza de que ele vai dar uma boa resposta para o país sem interferir, sem tabelar preço...
CM - O principal acionista da Petrobras não é o povo brasileiro?
JB - No caso sou eu. Tudo o que eu quero mexer, em qualquer lugar, falam que eu estou interferindo, até na Polícia Federal. Quero trocar o diretor geral, é interferência. Então, eu tinha que ter assumido o governo e ter mantido todos os ministros do Temer comigo.
CM - O deputado Jair Bolsonaro quando assume o governo como Presidente da República e ficou com a bic (caneta) na mão, o senhor imaginou que seria tão difícil? Que o mecanismo, essas forças fossem tão atuantes?
JB - Eu tinha uma noção bastante sólida, mas não achava que fosse tanto a falta de patriotismo de pessoas importantes no Brasil. O cara te procura e não quer saber que o povo está pagando R$8 o litro da gasolina, a carne batendo R$ 50 o contra-filé, não quer saber disso, ele quer saber de resolver o problema dele ou conseguir mais coisa para sí. Então, não é uma regra, mas há pessoas importantes que trabalham dessa forma. Sem entrar em detalhes, o outro poder tem duas ou três pessoas que a intenção, está mais do que clara, é tentar prejudicar o governo para facilitar para que o outro assuma no meu lugar. Não há preocupação com o Brasil. Zero. Mas, nós estamos vencendo isso. Quando você vê grande parte da população ao nosso lado é sinal que eles estão cientes do que está acontecendo no Brasil e no mundo e reconhecem o nosso esforço. Quando estavam falando aqui o “Fique em casa, a economia a gente vê depois”, estão pagando a conta agora. Atravessei também, em 2021, uma seca não vista nos 90 últimos anos no Brasil. Tivemos geada no Sul e parte do sul do Centro-Oeste. A seca também atingiu em cheio uma grande parte produtiva nossa mais ao Sul do Brasil. Estamos resistindo. Iríamos enfrentar um problema seríssimo de fertilizantes. Eu fui na Rússia conversar com o presidente Putin. Fui massacrado em grande parte.
CM - Mas os navios com fertilizantes estão chegando...
JB - Já chegaram. Chegaram 26 navios. Conversei com o Ministro da Agricultura, o interino, Marcos Montes, excelente pessoa, que está na vaga da Tereza Cristina. Ele falou: “olha, pelo que chegou, pelo que nós temos e o pouco que produzimos também, está garantido até o início do ano que vem a fertilização”.
CM - Esse fertilizante russo viria se não tivesse essa anuência e esse diálogo com Putin?
JB: Com toda certeza não viria. Agora, alguns acharam que eu deveria ter tomado partido nessa guerra. Eu pergunto: qual é o meu poder para resolver essa crise, essa guerra? Quase zero. Quando eu estive com o Putin, foram três horas de conversa, uma parte sobre fertilizantes e outros assuntos também. Foi tratada a questão da guerra, etc. É um assunto que eu me preservo de não revelar porque é uma questão de estratégia. Segundo a ótica dele, ele falou quem é o responsável por aquilo e foi colocada na mesa uma série de problemas. Três horas de conversa sem máscara, lado a lado, conversando com ele. Diferentemente do outro, Macron, quando teve um mês antes.
CM - Ficou na ponta da mesa, né?
JB - Vinte metros de distância. Então é sinal do carinho e respeito que ele (Putin) tem para com o Brasil. E deixo claro, mais uma vez, é muito importante o que eu vou falar. Em dois momentos se discutiu a questão da soberania sobre a Amazônia. Exercendo o seu poder de veto, em duas vezes, o Putin, o presidente da Rússia, falou que a Amazônia era do Brasil e não ia discutir aquele assunto. Deu-se por encerrado. Porque você vê Macron, Biden, Trudeau, Boris, entre outros, estão o tempo todo fustigando. Dizem que nós não sabemos tratar da Amazônia. Nós temos, dois terços do nosso território preservado. Eles não tem 5%. Nós somos exemplo para o mundo. E outra, a Amazônia mesmo não pega fogo, porque a floresta úmida não pega fogo. Existe alguns ilícitos? Existe e combatemos. Só não somos mais efetivos porque não conseguimos, desde o início do meu governo, aprovar um plano de regularização fundiária. Ou seja, você tem um lote lá na região amazônica e como não está regularizado, eu não sei que este lote é seu.
CM - O senhor está falando de temas que tem conexões internacionais. Quais são as forças internacionais que querem tirar Jair Bolsonaro do poder?
JB - Nós temos aqui o commodities. Temos no campo, em especial, na pecuária, na agricultura... E nós concorremos com alguns países importantes. Obviamente estes países tem interesse em nos deixar no segundo plano. Porque quanto menos mercadoria no mercado, o deles é mais valorizado. Basicamente vai por aí... França, Estados Unidos, um pouquinho da Austrália que não tem grande poder de influência, não trabalha contra a gente, mas são os interesses que existem por aí. O mundo está chegando na casa dos 8 bilhões de habitantes. O mundo cresce aproximadamente 60 milhões de habitantes por ano. Então é sinal que, a partir do ano que vem, além do que você consome hoje em dia.
CM - São 60 milhões de bocas, né?
JB: Você vai ter, por dia, mais aproximadamente 60 mil toneladas de comida. Da onde vem isso aí? Isto está tudo na mesa. Eu conversei com um aliado nosso que está no Reino Unido, na semana passada, e ele me disse ‘eu aqui ganho na casa dos 10 mil dólares, é um bom salário, tido como classe média, mas o nosso hábito alimentar aqui mudou. Eu consumo carne uma vez na semana. Muita gente aqui é uma vez por mês. O preço dos alimentos explodiu porque a Ucrânia passou a não exportar mais. Uma parte considerável do trigo da Europa vinha da Ucrânia e não vai mais. A Europa tem comprado de outro lugar. Mais gente procurando e a oferta continua sendo a mesma, sobe o preço’.
CM - Mas por que tudo é culpa do Jair Bolsonaro? Tudo. Petróleo...
JB - Eu acho que eu te explico essa aí. Por coincidência, nessa última viagem agora, uma senhora cochichou no meu ouvido ‘abaixa o preço da gasolina’. Eu expliquei para ela rapidamente. E ela disse ‘mas você pode’. E eu disse que eu não posso tudo. Ela disse ‘não, o presidente pode tudo’.
Está na cabeça de muita gente que o presidente pode muito ou pode tudo. Os presidentes, ao longo dos anos, foram perdendo poderes. Cada vez mais, perdendo poder.
CM - O próprio enxugamento do Estado é salutar para a economia.
JB - Nós enxugamos bastante. Imagine se eu não tivesse feito esse enxugamento. Você pode ver, nós temos um problema pela frente que tem a ver com orçamento. Eu tenho um teto, um limite, um montante para gastar. Eu não posso ultrapassar esse teto. E por vezes, por questões alheias a nossa vontade, vem despesa que você obrigatoriamente tem que incluir aqui e o teto não pode aumentar. Como por exemplo, temos pela frente a questão de precatórios de novo, a questão do abono e a questão do Plano Safra em torno de R$ 10 bilhões. Eu vou ter que tirar de outros ministérios. Que outros ministérios? Aqueles que tem bastante recurso. É a saúde, educação e defesa, os outros são ministérios mais pobres. Agora, se eu cortar R$ 3 bilhões da Educação, o que a grande mídia vai falar? “Está tirando da Educação... está tirando da Saúde...” Agora, se eu não tirar, eu estou incurso em crime de responsabilidade.
CM - Agora Presidente, o senhor falou de grande mídia e o senhor, como candidato apanhou muito, ninguém imaginava... o senhor teve a facada, houve uma relativa trégua, mas a gente sabe que estavam torcendo para que o senhor fosse morto (enfatizou). No seu governo, não tem tido trégua, desde o primeiro dia e nós temos aí algumas coisas visíveis que é a questão da democracia. Porque o senhor chega no cercadinho, fala das porradas, mas todo mundo tem direito de falar. Se nós tivéssemos em Cuba, nós não tínhamos condições de fazer essa entrevista. Se estivéssemos em uma Venezuela, idem. O que o Maduro fez, foi perseguir os veículos, estrangulou todos os veículos de comunicação. O senhor tem tido uma postura democrática com relação às críticas de convivência. Como é que o senhor vê essa relação, com a leitura da história deste momento em que estamos vivendo, quando pegarem as manchetes dos jornais de oposição, e fizerem uma análise com relação aos dias de hoje?
JB - Desde a campanha, já batiam em mim que eu iria impor a ditadura no Brasil. E aconteceu exatamente o contrário do que eles falavam, até hoje continuam com essa narrativa. A Venezuela, por exemplo, olha só... O Lula esteve lá várias vezes, gravando para a campanha de Chávez e depois para a de Maduro. A Venezuela é o país que tem a maior reserva de petróleo do mundo, tem grandes reservas minerais, em especial de ouro também. Olha como está a população... lá não tem mais animais de estimação, aqui no Brasil existem muitas pessoas apegadas a animais, eu também sou, mas tem gente que é mais apegado em animal, cães e gatos em especial, e apoia a esquerda.
Quando a esquerda chega, a única certeza (isso você pode nota no mundo todo) é a distribuição igualitária da miséria. Chegando a um ponto em que a população parte para comer cães e gatos. Na Venezuela foi assim, acho que se no Brasil a esquerda voltar desta forma como eles estão sedentos de tirar o atraso do que eles não conseguiram durante o último período de 14 anos deles. Vão para perseguição! Quando você vê as propostas da esquerda: “vamos desfazer a pequena reforma da CLT” ... eu tenho falo para o Paulo Guedes, eu quero lançar o programa “Minha Primeira Empresa”, para que todo mundo pudesse ser patrão e ver as dificuldades que não são fáceis. Sabemos das dificuldades de um empregado também, sabemos que o salário é muito para quem paga e muito pouco para quem recebe. Eles também falam em fazer que o MST volte a ter o protagonismo que tinha no passado; falam em reatar relações políticas com Cuba e Venezuela; falam em continuar emprestando para outros países, como foi feito via BNDES, com obras fantásticas lá fora e nada aqui dentro; falam em desarmar o cidadão de bem; falam em colocar os pastores e os militares nos seus devidos lugares; falam cada vez mais que temos que acabar com o teto de gastos de uma forma ampla, geral e restrita, não mantendo qualquer responsabilidade fiscal no Brasil... Tudo que ele prega é uma coisa fantástica se fosse dar certo, mas não vai dar certo.
É o caminho da Venezuela. Vejam o que está acontecendo...
CM - E tem o ingrediente “Corrupção”, presidente. A Petrobras foi o maior escândalo de corrupção do planeta.
JB - Vamos falar de Petróleo rapidamente? Em 14 anos de PT, de 2003 a 2015, o endividamento da Petrobras, tendo em vista corrupção... come- çaram a fazer três refinarias e não concluíram, compra de refinarias fora do país, compra de plataformas que não vieram, entre outras tantas coisas que em 14 anos o endividamento foi de R$ 900 bilhões de reais.
Se você levar em conta que a transposição do São Francisco está orçada hoje em R$ 15 bi- lhões, com o endividamento você conseguiria fazer 60 vezes a transposição do São Francisco. Olha que país rico! Alguns ainda falam, naquele tempo vivia um pouco melhor... concordo que o custo de vida estava mais baixo, não vou negar isso, mas não tinha pandemia, não teve guerra lá fora, não teve seca, não teve nada. Aliás, teve corrupção, bastante! Agora, se não tivessem roubado tanto, o povo teria vivido muito melhor e não estaríamos com tanto problemas como temos hoje em dia, porque a conta da Pe- trobras, em partes, a população está pagando no preço do combustível.
CM - Pois é, a conta chegou! Presidente, vamos falar agora do Rio de Janeiro. Sua base,
nossa base, carreira do senhor; do Flávio Bolsonaro, nosso senador; do Carlos Bolsonaro, nosso vereador... Como é que o senhor tem visto a questão do Rio, do governador Cláudio Castro, do PL? O PL cresceu e é hoje o principal partido do Rio de Janeiro, em números de pre- feitos, deputados... Como é que o senhor vê o PL Fluminense, com Altineu Côrtes e a turma dele?
JB: Eu tenho pouco contato com políticos partidários do Brasil todo, não tenho tempo, e eu na verdade pego o reclame de Cláudio Castro aqui, da bancada, e vamos atacando no macro.
Então, procuramos atender não só o Rio, como o Brasil todo. Os estados tiveram uma receita muito boa, mesmo durante a pandemia tendo em vista a ajuda que o governo deu, não deixaram atraso de folha de pagamento e estão sobrevivendo também, de uma maneira melhor até do que antes da pandemia. Portanto, vejo que está indo bem! Lá no Rio, existem propostas, projetos, coisas em andamento, tem o norte fluminense, o estado também.
CM - Romário é seu Senador?
JB: Olha, o Romário é do PL. Nós temos dois senadores do PL que vão para reeleição. Dois, que são do Rio de Janeiro e Mato Grosso. E isso está na cota do presidente Valdemar, então o Romário é o nosso candidato lá, a não ser que algo de anormal venha a acontecer. Muitas vezes a população reclama de um outro candidato, principalmente em outros estados. Então eu falo: “pessoal, vocês querem outro nome? Qual?” E não sabem. Ou quando apresentam um nome, ele não decola. E com o Romário dentro do parlamento, ele vem sendo um defensor de propostas que interessam para o Rio e para o Brasil. Eu estou satisfeito com o Romário.
CM - Nós temos bolsonaristas de primeira linha que são bolsonaristas de verdade, não são neobolsonaristas no Rio. Dentre eles, o Hélio, seu deputado, agora o Max também concorrendo, quem serão os seus candidatos a Deputado Federal no Rio de Janeiro?
JB - Olha, eu não procuro ‘fulanizar’...
CM - Mas o senhor vota no Rio.
JB - Todo mundo sabe do meu voto no Hélio. Eu não vou enganar ninguém, posso até enganar você, mas jamais vou enganar minha consciência [risos]. Então o meu voto é no Helio. Fazem 20 anos que acompanho a vida dele. Pelo menos uma vez por semana, ele sai comigo, anda comigo pelo Brasil todo...
CM -Dá autógrafo...
JB - Já apertou a mão do Trump uma vez. Ele tem rodado o Brasil comigo e ele é uma pessoa que não é aliada, é amiga. Aliado é uma coisa, amigo é outra. Não peço absurdos para ele, a questão de votações lá ele tem nos ajudado e eu vou estar com ele de novo.
CM - E o Max?
JB - O Max também era meu segurança particular. Eu quero ver, como a minha esposa vota no Rio, se se eu convenço ela a votar no Max. Eu tenho certeza que ela vai votar nele. Ou então a gente tira no par ou ímpar pra ver quem vai votar no Hélio e quem vai votar no Max.
CM - Você falou da Michelle. Qual o papel dela para senhor aguentar esse tranco todo aí?
JB: A primeira é a compreensão dentro de casa. Eu não trago problema pra dentro de casa. Se eu trouxer problema do governo, eu acabo com meu relacionamento. E ela, como evangélica, tem uma vida voltada em especial para as pessoas com deficiência. E faz com muito carinho, com muito zelo. Você pode ver, por ocasião da renovação da isenção do IPI pra taxistas e pessoas com deficiência, alguém dela ou ela própria, não sei, buscou a isenção para os surdos também. Isso não só beneficia os surdos, mas também a nossa indústria. E isso tem forte participação da Michelle, por exemplo...
CM - O senhor não acha sórdido quando a mídia resolve atacar o senhor por ter um mandato político, tudo bem. Faz parte do jogo, não é correto, mas faz parte do jogo. O senhor é um ente público. Mas atacar na família, os familiares... Falar de mãe, falar de avó e tudo isso, o senhor acha que perderam o limite?
JB - Perderam. Mas só para concluir, também foi lançado por trabalho da primeira dama a TV Libras, que eu acho que atende as mais de cinco milhões de pessoas surdas, que estavam desassistidas. Sobre a mídia, não tem como me atingir. Vai me chamar do quê? De fascista? Ficam inventando besteira.
A última, agora em cima da minha esposa, ela participou do horário que nós temos direito na televisão, junto da Ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, no dia das mães, mandando uma mensagem para as mães do Brasil todo. Está sendo processada por causa disso, dizendo que estava fazendo campanha para mim. Ela apenas se dirigiu às mães do Brasil, mandou um recado, como mãe que ela é. Mas aí o PT entrou com uma ação contra ela, na Justiça Eleitoral, pedindo Danos Morais. Ou seja, dinheiro ou infernizando nossa vida no tocante a isso.
CM - Você falou em Justiça, o Correio da Manhã publicou em manchete e no editorial, a questão da Hidra. Aquele ser mitológico que tem três cabeças, e aí você tem a cabeça da vítima, do investigador e do julgador ao mesmo tempo nessa questão do STF. E nós estamos gravando essa notícia no dia em que é noticiado que o senhor entra na Justiça, um instrumento constitucional, para questionar os abusos de autoridade do Ministro Alexandre de Moraes. E como é que o senhor vê a utilização da Justiça do STF, de alguns ministros do STF, para fazer política e atingir objetivos eleitorais?
JB - Nós temos três ministros que infernizam não o presidente, mas o Brasil. É o Fachin, o Barroso e o Alexandre de Moraes. Esse último é o mais ativo e se comporta como um líder de partido de esquerda, de oposição, o tempo todo. E por que essa ação? Esse inquérito das fake news? Primeiro que fake news não existe, me acusa de gabinete do ódio... Me apresenta uma matéria que “ó, acho que nasceu do gabinete do ódio”. Não tem. Daí falam: “Ah, em manifestações por aí, o pessoal levanta faixa do AI-5”.
Olha, quando o cara levanta, você não tem que prender esse cara. Você tem que chegar e “ô meu amigo, o que que é o AI-5?”. Esse cara nem sabe o que é o AI-5. E se souber, “abaixa isso, nem existe mais ato institucional. Acaba com isso”. Agora, pra quê criar o inquérito das fake news? O Alexandre de Moraes criou... Na verdade, foi criado pelo Toffoli lá atrás, mas o Alexandre de Moraes é o encarregado dele, pra ver se descobria disparos em massa por ocasião da campanha, quebraram sigilo do Luciano Hang, empresário, quebraram sigilo da minha família toda e não acharam nada, porque não tem. Uma mentira, uma fake news da Folha de São Paulo, eles foram investigar achando que iam descobrir alguma coisa. Não descobriram nada porque não vão descobrir. Cometeram um crime de quebrar o sigilo telefônico do meu ajudante de ordem, porque o que eles queriam com isso? Não queriam saber do meu ajudante, eles queriam descobrir o que ele trocava de informações comigo.
Eles não acham nada, insistem nisso o tempo todo, então eu fui obrigado a entrar com essa notícia-crime pra acabar com isso. É o inquérito que dura mais de três anos. Um inquérito dura, geralmente, poucos meses, não tem um fato...
CM - Mas no sorteio caiu o Dias Toffoli, né?
JB - Papai do céu ajuda a gente. Como na questão dos combustíveis, o sorteio caiu o André Mendonça. Um povo com essa necessidade, com dificuldade, com sofrimento, pessoas que vivem muito bem, a princípio cultas, notório saber jurídico, ficam infernizando a vida do presidente, o que tem reflexo na vida de todo mundo.
CM - É notório o saber jurídico que eles mesmo botaram no livre.
JB - É notório saber jurídico, mas quem diz isso é o Senado, então, dá um programa para falar sobre a sabatina.
CM - Dizem que o senhor é bravo com a imprensa, mas quem andou se estressando com jornalista em São Paulo essa semana no Roda Viva foi o Rodrigo Pacheco, que terminou o programa em um bate-boca de bastidor muito grande. Demos até essa nota na Coluna Magnavita. O senhor pegou o Davi Alcolumbre, mas o senhor pegou também o Rodrigo Maia. Ele atrapalhou muito o senhor?
JB - O Rodrigo Maia tem uma forte ligação com a esquerda. A questão da regulação fundiária na presidência do Rodrigo Maia não foi para frente. Podia ter acabado com essa história de fogo na Amazônia, desmatamento, porque a partir do momento em que qualquer local que tenha foco de calor ou desmatamento soubéssemos o CPF de quem responde por aquilo, a gente chegava no cara e falava “opa, vamos conversar, multar, advertir”, resolvia o problema. Então, o Rodrigo Maia queria fazer com que o meu governo fosse que nem os anteriores.
CM - O senhor se arrepende de ter apoiado o Pacheco para o Senado?
JB - É, não vou negar que quando apoiei eu não esperava que ele fosse tão parcial quanto está sendo ultimamente. Não quero atrito com ele, mas há uma parcialidade enorme, vejo na mídia que ele diz que está protegendo o Supremo. Mas não é atribuição nossa proteger outro poder, é tratar com dignidade e isenção. E o poder mais forte atualmente na República é o Supremo. Ali o pessoal não tem eleição...
CM - Carreira é vitalícia..
JB - Eles tem uma caneta na mão, não há contestação entre eles, também existe um corporativismo entre eles...
CM - Mas o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro mandou um recado para o Luiz Fux, agora na eleição do 5o desembargador, o candidato dele nem entrou na lista. Aliás, ele ficou bravo porque eu dei uma manchete sobre isso no jornal.
Presidente, gostaria de fazer um ping-pong com o senhor, primeiro na questão da sucessão presidencial, a questão do seu vice. Braga Netto é um nome que no Rio de Janeiro é aclamação total. Como o senhor vê a possibilidade de ter na sua campanha um general, um homem brasileiro como o Braga Netto?
JB - A gente conversa sobre vice, né. Fulando de tal, homem, mulher, região e etc... Ajuda a ganhar voto, mas não ajuda a governar. Não adianta eu ser um presidente capenga. Então, o vice tem que ser uma pessoa que realmente esteja afinada com você. O Braga Netto é uma enorme possibilidade. Ele não deixou o ministério por deixar. Continua trabalhando comigo, como secretário especial e tem andado comigo pelo Brasil. É uma pessoa excepcional, realmente está lá na frente para ser o nosso vice, mas não foi batido o martelo ainda. Tem um conhecimento de Brasil muito grande, uma experiência no Rio de Janeiro como interventor, como chefe da Casa Civil, é um mineiro, coincidentemente é um mineiro e sempre é bom ter Minas ao seu lado, então está muito bem encaminhado.
A gente evita falar “é esse ou aquele” agora porque tem alguns que sonham com isso, né, igual vaga para o Supremo. A segunda vaga para o Supremo tem uma corrida de pessoas, algumas boas, outras nem tanto, que queriam ir para o Supremo, mas eu firmei meu compromisso com o ministro evangélico. “Você é evangélico? Se você se batizar entra no radar”. E como eu não escolhi essas outras pessoas depois do André Mendonça, arranjei meia dúzia de inimigos.
CM - Mas o senhor tem conseguido ser coerente com que faz e com o que fala, né?
JB - Tudo pode mudar. “Tem alguém melhor que o André Mendonça”?. Poderia ter, mas tinha que ser evangélico. Podia ser outra pessoa.
CM - Presidente, o senhor se arrepende de alguma coisa?
JB - Não adianta se arrepender, né? Até porque não vai mudar nada. Agora, eu tenho certeza que as medidas que eu tomei e vi que estavam erradas eu voltei atrás.
CM - O Jair Bolsonaro, presidente eleito a partir de 2023, vai ser um presidente Jair Bolsonaro diferente?
JB - Não, não. Não tem como mudar, não adianta falar que vou mudar. Vou ser parecido com isso. Alguns acham que sou um pouco grosso com palavreado, eu vou tentar melhorar um pouquinho. Assim como eu não vou ser diferente, o Lula também não vai ser diferente.
Vai fazer o que sempre fez ao longo dois oito anos mais os seis de Dilma.
CM - Como o senhor vê esse crescimento do Flávio Bolsonaro? O senador do Rio é tido como grande mediador. Me traz um pouco, dentro da sua ótica de pai, a questão do Flávio, Eduardo e do Carlos.
JB - Flávio é advogado, então, por formação, vai para o diálogo e tem uma experiência grande de alguns mandatos como deputado estadual, sempre ligado a mim. Transita muito bem no Senado e faz essa conversa comigo que é difícil, então me ajuda bastante no tocante a isso aí.
O Carlos é mais retraído. Foi a pessoa do meu marketing. Meu marqueteiro em 2018. O grande responsável pela mídias sociais até hoje. Ele faz um trabalho excelente e te digo mais, eu sei da importância do seu jornal e isenção, te cumprimento por isso, mas espera-se apenas a parte das grandes mídias. Sem o trabalho do Carlos eu estaria com o governo derrotado, ele mostra o que realmente está acontecendo.
Como a gente conseguiria mostrar que estávamos levando água ao nordeste, o modal ferroviário para Tarcisio ou os trabalhos da agricultura, tudo isso a gente conseguiu através das mídias sociais. Poucos órgãos da imprensa estão do nosso lado, então tem esse papel que é excepcional.
Agora indo para o Eduardo, ele é policial federal e transita pela Câmara, cada um no seu nicho e se complementando sempre.
CM - Presidente, estamos chegando no final da nossa entrevista, mas antes eu queria colocar para o senhor a questão do seu diálogo com a população.
Utilizar o nosso veículo para sua mensagem e sobretudo para que haja uma sintonia com relação a verdade. O crescimento do Correio da Manhã, as pessoas brincam que é um jornal “Bolsonarista”, mas eu falo que temos o Ruy Castro na página 2, temos o Ricardo Cravo Albin que as vezes bate no senhor. As pessoas não estão acostumadas com uma coisa chamada verdade. Elogiar o governo do senhor não é difícil, é só falar a verdade.
JB - É como uma família. Tem casal que só vê defeito no outro lado, é impressionante. Não sabe dar uma palavra de carinho ou engolir um sapo de vez em quando. Parece que o prazer é acordar olhar para o outro e dizer algo que desagrade, e grande parte da mídia nacional é assim. Não tem nada para mostrar, pode ver, eu não vi os grandes jornais falar do PIX, que nasceu depois da pandemia e do auxílio emergencial, mudou a economia do Brasil, nós vamos tirar esse ano no mínimo R$30 bilhões dos banqueiros, porque o PIX não paga taxa de nada, o dinheiro fica com o povo.
A Carteira Nacional de Habilitação, passamos de cinco para 10 anos, temos a questão do FIES que quase 2 milhões de jovens endividados, dividas impagáveis, nós resolvemos o assunto, basta o jovem baixar o aplicativo do Banco do Brasil ou Caixa Econômica e abater 92% da dívida e renegociar os 8% restantes, esse é o nosso governo.
Nós distribuímos mais de 340 mil títulos de propriedades pelo Brasil, estamos fazendo a nossa parte. Queremos resolver brevemente a folha de laudêmio, que pega a costa do Brasil inteira. Temos muita coisa em andamento, a carteira de identidade é digital, o que facilita a vida das pessoas.
CM - Presidente eu agradeço e espero termos outras conversas no futuro, mas para finalizar, eu gostaria de falar de Petrópolis, nossa TVC é gerada à partir de Petrópolis, o senhor sobrevoou por lá e viu a catástrofe, por isso eu peço uma mensagem especial para o Rio de Janeiro e para a cidade de Petrópolis.
JB - O Rio me acolheu, eu sou paulista, entrei no Exército Brasileiro com 17 anos de idade, depois fui servir no Rio de Janeiro, me elegi vereador em 88 e depois deputado federal.
Particularmente quem votou em mim nesse período dificilmente votou em outra pessoa depois, porque nós temos a verdade acima de tudo, não interessa a quem por ventura isso vá doer. Então o Rio de Janeiro é um estado que eu devo muito e sou grato. Tudo o que eu puder fazer eu farei. Cada local tem suas particularidades, em Petrópolis qualquer chuva que vá uma pouco além do imprevisto é uma tragédia com mortes, tem muitas pessoas que estão sempre vivendo ao lado do perigo e infelizmente acontecem as tragédias.
CM - Mas o governo estava lá.
JB - Sim, assim como estivemos na Bahia, no sul de Minas no final do ano passado, no Acre em uma enchente enorme, a gente faz a nossa parte, operação presença e também leva os respectivos ministros, presidente da Caixa para liberar o Fundo de Garantia e etc.
CM - O senhor tem também o Carlos Brito como Ministro de Turismo, o homem certo no lugar certo, o senhor tem dado certo nos Ministérios de Turismo porque o Marcelo Álvaro Antônio que vai ser candidato ao Senado de Minas foi um grande ministro do Turismo, o Gilson nem se fala, e agora o Carlos Brito.
JB - É verdade, mas tem também a questão da cultura com o Mário Frias, a pesca com o Jorge Seif, tem um carioca excepcional na frente do Esporte, Marcelo Magalhães, eu conheci ele há muito tempo no Rio de Janeiro, quando eu coloquei ele lá muito foi falado que ele era amigo do Flávio (Bolsonaro). Era amigo mesmo, eu ia colocar quem? Uma pessoa do PSOL que é meu inimigo?
Ele é uma pessoa excepcional que ressuscitou o Gerbes que foi no Rio de Janeiro. Agora a parcela que ia para o esporte naturalmente da loteria, tem uma parcela que vai para os paraolímpicos, uma pessoa fantástica.
Esse é o nosso governo fazendo e mostrando com as pessoas certas, aqui a gente não tem indicação política ou apadrinhamento, se for amigo melhor ainda, se não for vai ser vai ser amigo da gente, mas antes tem que ser competente.