Por: Mônica Bergamo
O deputado federal Orlando Silva (PC do B-SP) e a presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), Bruna Brelaz, protocolaram nesta quarta-feira (4) um requerimento de instauração de inquérito policial contra um homem que teria tentado agredi-los em um restaurante.
O episódio ocorreu na noite de segunda-feira (2), em um estabelecimento no bairro da Liberdade, em São Paulo. Um breve registro em vídeo foi feito por Brelaz.
"De repente, o sujeito se levanta e diz: 'O que faz aqui? Aqui não é seu lugar'. E rapidamente passa a fazer agressões verbais contra mim, contra minha atuação política, contra o que represento, e a falar que [o presidente Jair] Bolsonaro iria nos destruir", relatou Orlando Silva em publicação nas redes sociais.
De acordo com o parlamentar, que estava acompanhado de Brelaz e da ativista Camila Ribeiro, o suposto agressor ainda teria se dirigido a eles usando os termos "vagabundos", "corruptos" e "ladrões".
No requerimento apresentado à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), na capital paulista, é relatado que o homem teria agredido Brelaz e Ribeiro com empurrões e pontapés, além de tentar atingi-las com uma cadeira.
"Vocês ainda vão se ver comigo! Vou acabar com as suas vidas! Vou socar sua cara de porrada!", teria dito. Uma funcionária do restaurante Takô, onde se deu o episódio, também teria sido agredida enquanto tentava remediar o conflito.
"O caso se insere em inequívoco contexto de violência motivada por intolerância político-ideológica com viés eleitoral, que costuma vitimar sobretudo mulheres, pessoas negras e LGBTs, constituindo violação às liberdades constitucionais de pensamento, expressão e manifestação política", afirmam os advogados André Lozano Andrade e Fernanda Peron Geraldini, que representam Orlando Silva, Brelaz e Ribeiro, no requerimento apresentado em delegacia.
Eles pedem que o suposto agressor seja identificado e investigado pelos crimes de racismo, injúria, difamação, calúnia e ameaça.
"Ao proferir termos como 'você não merece estar aqui, nenhum de vocês!', o averiguado parece ter agido com intuito racista, pois revela que, no imaginário dele, pessoas negras não poderiam frequentar um estabelecimento caro e elitizado como aquele", dizem os advogados.
Nas redes sociais, Orlando Silva pediu a seus seguidores que ajudem a identificar o responsável pelas agressões. Segundo o advogado André Lozano, nenhuma informação sobre sua identidade foi recebida até o momento.