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‘ Bandido que levantar arma para polícia vai levar bala', diz governador Rodrigo Garcia

O governo de São Paulo iniciou nesta quarta-feira (4) uma megaoperação contra roubos e furtos de celulares e contra golpes com Pix. O anúncio da ação policial foi feito pelo governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), ao lado do prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB). O governador disse ainda, durante a coletiva, que "em São Paulo, o bandido que levantar arma para a polícia vai levar bala".

Chamada de Operação Sufoco, o efetivo policial no estado, atualmente em 5.000 agentes, pode aumentar em até mais 4.740 PMs por dia. "Pedimos a colaboração da população e iremos dobrar o número de efetivos", afirmou o governador.

Para ampliar a quantidade de policiais nas ruas, o governo deverá ampliar as vagas do Dejem (Diária Especial por Jornada Extraordinária de Trabalho Policial Militar), programa que permite que integrantes da policia militar paulista possam fazer até dez turnos de oito horas consecutivas fora do seu expediente padrão por mês. O programa é facultativo, sendo necessário ao policial manifestar interesse.

Garcia citou a morte de Renan Silva Loureiro, 20, morto por um falso entregador na zona Sul da cidade como exemplo do aumento da criminalidade após a flexibilização do isolamento social.

"Com a vida voltando ao normal, infelizmente os crime contra o patrimônio cresceu. Quero deixar em nome da população de São Paulo um aviso muito claro a esses bandidos que de maneira covarde estão escondidos atrás do capacete, com mochilas de falsos entregadores: que eles mudem de profissão ou de estado, porque a polícia vai atrás de cada um deles. Quem cometer crime aqui em São Paulo vai ser preso", disse.

Participaram do anúncio o secretário de Segurança Pública, General João Camilo Pires de Campos, o comandante-geral da PM, Coronel Ronaldo Miguel Vieira, e o delegado-geral da Polícia Civil, Osvaldo Nico Gonçalves.

De acordo com o governo, serão 1.240 policiais pagos pela Prefeitura de São Paulo, por meio de Operação Delegada, e 3.500 que terão pagamentos feitos pelo governo estadual em programas de jornada extra de trabalho.

A preocupação com segurança pública provocou uma mudança de comportamento do governador, que passou a mostrar a realização de ações policiais no grupo de imprensa normalmente usado para divulgar agenda ou entrevistas coletivas.

Na última sexta-feira, o grupo divulgou a prisão de um falso entregador suspeito de ter assassinado um jovem na região do Jabaquara praticamente no mesmo momento em que ele era levado para a delegacia. Rodrigo Garcia havia cobrado a resolução deste caso de latrocínio.

O governador se reuniu na tarde desta terça-feira (3), no Palácio dos Bandeirantes, com as forças de segurança do estado e representantes das empresas de delivery. Foram discutidas medidas com efeito imediato para combater falsos entregadores que estão envolvidos nos recentes casos de roubos e furtos.

Em entrevista à Folha no início da semana, o novo comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo afirmou que o roubo é o principal crime a ser combatido no estado, principalmente na capital paulista.

"Para segurança deles [de entregadores] e para segurança da sociedade, nós vamos fazer operações, que estão sendo feitas, visando abordar esse público", afirmou o oficial, dizendo que nas reuniões foram tratadas formas e fazer a identificação.

O primeiro trimestre de 2022 registrou um aumento no número de furtos e roubos no estado de São Paulo, na comparação com o mesmo período de 2021. Com isso, o patamar dos dois crimes se aproxima do registrado antes do início da pandemia de Covid-19.

Segundo os dados oficiais divulgados nesta segunda (25) pela SSP (Secretaria de Estado da Segurança Pública), São Paulo registrou 132.782 furtos no primeiro trimestre do ano.
Isso representa uma alta de 28,5% em relação aos primeiros três meses de 2021 e de 7% na comparação com 2020 -a pandemia começou em março daquele ano. Na relação com o mesmo período em 2019, antes do início da crise sanitária, houve uma diminuição de 2,7%.

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