O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta terça-feira (5) que se reunirá com o PSB na próxima sexta (8) para definir se o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) será seu vice na disputa à Presidência neste ano.
Em entrevista à rádio paranaense Lagoa Dourada, ele afirmou que o PSB deve propor oficialmente o nome do paulista para a chapa no encontro.
"Eu e Alckmin podemos estar juntos na chapa. Vou ter reunião na sexta-feira em que o PSB vai propor o Alckmin de vice, e isso nós vamos levar para discutir no PT", afirmou.
Sobre as desavenças dos dois no passado, o ex-presidente disse que ambos mudaram.
"Eu mudei, o Alckmin mudou e acho que o Brasil precisa dessa mudança para que a gente possa reconstruir. Eu fui adversário do Alckmin, não fui inimigo, e feliz era o Brasil no tempo em que a disputa era entre dois partidos democráticos [...], porque tinha um debate civilizado, sobre programa de governo."
Lula também se mostrou otimista sobre uma eventual aliança com o ex-tucano. "Se estivermos juntos, vamos reconstruir o Brasil, porque somos dois democratas. Gostamos da democracia, exercemos a democracia e temos como prova o exercício dos nossos mandatos", declarou.
Lula está na reta final dos acertos com partidos aliados para lançar sua pré-candidatura, o que deve acontecer no final do mês. Depois de ter formado uma federação com PV e PC do B, e ter garantido a aliança com o PSB, o PT ainda espera a decisão do PSOL, com quem deve formar uma coligação.
O lançamento da pré-candidatura ainda não tem data certa, mas deve ocorrer nos primeiros dias de maio.
Por causa da lei eleitoral, o PT busca um local fechado para o evento. A intenção inicial era que fosse na rua, mas a possibilidade de caracterizar um comício e desrespeitar a legislação levou o partido a mudar de ideia.
Apesar de oficialmente os candidatos só serem definidos nas convenções partidárias, de 20 de julho a 5 de agosto, a maioria dos partidos já está em campanha aberta e conta, para isso, com a leniência da Justiça Eleitoral.
As siglas têm usado, por exemplo, as propagandas partidárias para promover seus pré-candidatos, o que é uma burla à lei.
A Folha de S.Paulo mostrou também a discussão sobre eventos de "lançamento da pré-candidatura" -situação que não existe na lei- de Bolsonaro e de Lula, reformulados para algo próximo a um encontro partidário para tentar escapar da caracterização explícita de campanha antecipada.