Lojistas solicitam integração dos polos de moda com eventos
Problemas de coleta de lixo foram apontadas como um dos atrasos
Por Leandra Lima
Na audiência realizada na última segunda-feira, 1º de dezembro, foi abordada a crise atual enfrentada pelos polos de Moda da Rua Teresa e Bingen, no que tange ao fomento comercial e atração de consumidores para as regiões. No cenário, de pouca movimentação e comércios fechados, lojistas apontaram a necessidade de integrar os dois polos aos eventos do município, além de solicitar um olhar mais clínico da prefeitura com os problemas de lixo e iluminação nesta região, com a finalidade de atrair mais turistas.
Antônio Elói, representante dos lojistas do Bingen, enfatizou esses pontos na mesa. "O número um dos pontos mais importantes desse debate é a limpeza. E justamente aí estamos abandonados, infelizmente. O Bingen, ou pelo menos a Paulo Herve e Galdino Pimentel não tem lata de lixo, tá um horror. A partir das 17h a rua enche de ratos. Uma cidade sem limpeza, não dá para esperar nada. Outro ponto é a questão do turismo, como captar as pessoas nessa situação, o visitante quer chegar e se deparar com uma estrutura limpa. Novamente cito a infelicidade do polo de não ter latas de lixo e nem iluminação, e nem segurança", disse.
Outro ponto levantado por Antônio, foi que apesar de não ter essa estrutura básica, existe o estacionamento rotativo, que multa os carros estacionados perto das lojas. "Acho isso um escárnio com o pequeno lojista, que talvez hoje não ganhe um salário mínimo, que tem que pagar um aluguel com cheque pré-datado. O inquilino muitos não estão indo ao polo por não ter lugar para parar o carro, e se achar pode ser multado. Então isso gera nos consumidores a perda daquela vontade de parar e comprar algo ", enfatizou.
Elói levantou ainda que o comércio vem sendo estrangulado, relembrou que no passado o Polo do Bingen atraia cerca de 400 ônibus com turistas toda semana, coisa que segundo ele não está sendo possível na realidade atual.
Nesse mesmo caminho a representante da Associação da Rua Teresa (ARTE), Denise Fiorini, destacou que um dos principais obstáculos da região atualmente são as questões dos fios nos postes, o que atrapalha a qualidade visual. "A respeito dos fios da Enel, já mandamos dois ofícios, porque existe uma lei sobre a poluição dos fios. Nesses trâmites eles responderam dizendo que teriam resolvido o problema só que não foi bem assim", expressou.
Outros problemas são em relação ao lixo, buracos nas calçadas, e falta de fiscalizações rotineiras a fim de coibir o comercio ilegal. "Em muitos momentos tem propagandistas gritando, que é um horror, isso até afasta os clientes, porque começa uma gritaria do nada o que assusta" expressou.
Em relação aos resíduos descartados ao longo do polo, Denise entrelaça a situação com a falta de conscientização popular e o vandalismo, comentando que a maioria das lixeiras implantadas foram quebradas ou queimadas. Atrelado à situação do comércio, a representante ressaltou a questão do pedágio que hoje está em R$ 21. "Estamos próximos a pólos fortíssimos como o de Caxias, nesse sentido o comprador também faz a conta dele e vai optar por um menor preço", comentou.
Além disso, a Fiorini sinalizou a construção de um projeto para as barracas dos ambulantes, que está desde 2023 precisando de patrocínio, para modernizar e atrair mais visitantes. A ARTE e o representante do Bingen reivindicaram, ainda, a inclusão da Rua Teresa no calendário turístico de eventos e em todas as artes de divulgação da cidade.
Estacionamento rotativo
Em relação às reclamações com estacionamento rotativo, o presidente da Companhia de Trânsito e Transporte de Petrópolis (Cptrans), Luciano Moreira, informou que a finalidade maior dessa medida é o ordenamento público.
Fortificar
Em meios às análises do porque se perde clientes, uma delas foi a questão da compra online, onde o comprador acha um produto mais barato em sites do que na loja física e acaba dando preferência para o "Fast fashion". Como uma maneira de retomar a tradição e incentivar o consumo em lojas físicas, o representante da Associação Comercial e Empresarial De Petrópolis (ACEP), Paulo Reis, contou que está planejando em conjunto com a Câmara de Dirigentes Lojistas de Petrópolis (CDL), uma campanha, para ser lançada em 2026, nomeada "Petrópolis Compra de Petrópolis".
