Prefeitura entra com liminar para liberar 70% de reajuste
Reajuste de 70% para prefeito e vice-prefeito foi aprovado na Câmara no ano passado
Por Redação
Desde de julho passado, que uma medida cautelar concedida pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), suspendeu o reajuste de cerca de 70% dos salários do prefeito de Petrópolis, Hingo Hammes, do vice Albano Filho e dos secretários municipais. O aumento dos salários do primeiro escalão da prefeitura foi aprovado pela Câmara dos Vereadores no final de 2024, enquanto Hingo Hammes ainda era vereador. A Prefeitura entrou com pedido para derrubar a liminar.
Autorização do novo valor
A Lei Municipal nº 8.990/2025 fixou os salários do prefeito em R$ 25.266,20 (vinte e cinco mil, duzentos e sessenta e seis reais e vinte centavos), do vice-prefeito em R$ 20.212,96 (vinte mil, duzentos e doze reais e noventa e seis centavos) e dos secretários municipais em R$ 16.423,03 (dezesseis mil, quatrocentos e vinte e três reais e três centavos). Os novos salários passaram a vigorar a partir do dia 1º de janeiro de 2025 e a matéria tramitou em regime de urgência.
Dois dias antes da decisão da desembargadora Maria Inês da Penha Gaspar, suspendendo o reajuste, o prefeito Hingo Hammes anunciou o congelamento do aumento salarial por 180 dias como forma de cortar gastos diante a crise financeira do município. O congelamento deverá se dar até janeiro de 2026.
A Ação é movida pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), após representação feita pelo Psol e o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Estado do Rio de Janeiro (Sepe).
A vereadora do Psol, Julia Casamasso, criticou o pedido da prefeitura para derrubar a medida cautelar que impede o aumento dos salários: "Estamos sob um decreto de calamidade. O próprio prefeito alega não ter recursos para o básico: salários em dia, medicamentos e merenda nas escolas. Mesmo assim, quando o Tribunal de Justiça solicitou que as partes se manifestassem no processo, o prefeito afirmou que há presunção de constitucionalidade sobre o aumento de 70% e a Procuradoria pediu a queda da medida cautelar que está suspendendo esse reajuste. É um absurdo. Entramos com a ação, conseguimos a liminar que barrou esse aumento abusivo, e agora vemos o governo trabalhar para recolocar esse peso nas costas da população. O TCE (Tribunal de Contas do Estado) já apontou que esse reajuste tem impacto anual de R$ 14 milhões, valor que é quase uma folha salarial inteira da educação. Em vez de priorizar saúde, educação e assistência social, o prefeito insiste em defender seus próprios interesses. Vamos seguir firmes para impedir que esse retrocesso avance", pontuou a vereadora.
