A palavra democracia é originária da união de dois signos: "demo", que significa povo; e "cracia", queé poder. Ou seja o significado da palavra democracia seria "poder do povo". Jean Jacque Russeau, nos idos do século XVII, no surgimento do ideal iluminista, dizia que a eleição seria o melhor momento para o povo exercer o seu poder, já que elegeria os seus representantes no Legislativo e no Executivo. E no último domingo (6), os mais de 5 mil municípios brasileiros fizeram esse papel, quando escolheram seus prefeitos e vereadores.
O uso do voto é uma conquista dos eleitores e que vem de longa data. No entanto, até chegar ao papel atual, demorou muito. Não se pode esquecer que a urna eletrônica é uma novidade receite em pleitos e que a própria reeleição também. Ela, por exemplo, surgiu na eleição de 1998, quando Fernando Henrique Cardoso, então presidente do Brasil, conseguiu essa emenda na constituição e proporcionou um segundo mandato para os membros do Poder Executivo — prefeito, governador e presidente. Os parlamentares já podem se reeleger sem a necessidade desta emenda, mas ela sacramentou ainda mais a questão.
Contudo, a população ainda não sabe como utilizar esse artifício. Ou será que os próprios políticos querem que tudo seja assim? Uma pergunta cuja resposta não há como saber. Mesmo assim, um povo que não consegue debater bem e exercer no plano das ideias um debate justo, não saber medir ou diferenciar as propostas dos candidatos. Aliás, debate é uma palavra que pouco pode ser vista nos pleitos, já que o jogo de propostas e ideias neles ficam em segundo plano e os ataques pessoais são mais explícitos.
Mesmo com toda junção, o brasileiro, a cada dois anos, vai as urnas fazer o seu papel (ora municipal ora estadual/ federal) e de defendido por Russeau na grande mudança política mundial, quando o poder concentrado nas mãos dos reis, findado desde o fim da Idade Média, foi dividido entre um comandante para o povo (Executivo), outro para elaborar as leis (Legislativo) e o terceiro para julgar as leis (Judiciário). Assim, independente de tudo, o último domingo serviu para o povo exercer o seu poder e fazer jus à palavra democracia.