Por: Redação

A importância dos grandes veículos

Recentemente o Correio da Manhã fez uma denúncia sobre um possível caso de intolerância religiosa no município de São Roque, no interior de São Paulo. Na ocasião, um líder religioso solicitou espaço público e policiamento para realizar um evento da religião candomblé, mas o pedido foi negado pela prefeitura. Dois meses depois, o Executivo municipal apoiou marcha de grupo evangélico na cidade.

Após recebermos os documentos envolvidos no caso, apuramos tudo, escutamos a prefeitura e, com todas as partes, divulgamos a reportagem. Por bocas são-roquenses, o Correio foi bem lido naquele fim de semana no município, já que é bem 'estranho' um jornal de outro estado, que não circula em São Paulo de forma impressa, fazer uma denúncia grave como esta e envolvendo o poder público municipal.

Uma semana depois, o G1 da região também noticiou toda a história e a repercussão cresceu ainda mais na "Terra do Vinho". E foi somente depois de dois grandes veículos de comunicação do país, o Correio da Manhã e a Globo, com o G1 e a TV Tem Sorocaba, que os jornais e portais de São Roque começaram a se mexer para não ficarem para trás. Alguns deles, sem sequer apurar qualquer desdobramento, simplesmente reproduziram a reportagem na íntegra. Deve estar acontecendo muita coisa por lá para que isso aconteça, só podemos concluir que seja isso...

Fatos como este acontecem e muito em regiões fora das grandes capitais. Portais de notícias menores e jornais impressos acabam simplesmente 'tapando os olhos' para alguns fatos, principalmente os que envolvem poder público, e esquecendo o verdadeiro significado do tão importante jornalismo. No caso de São Roque, por exemplo, o jornal impresso mais tradicional da cidade não publicou sequer uma notinha sobre o possível caso que foi até denunciado pelo deputado estadual do Rio, Átila Nunes, defensor da liberdade religiosa no país, ao Ministério Público de São Paulo. Detalhe, um de seus administradores é o vice-prefeito da cidade. Já outro veículo, o maior portal de notícias daquela região, só tomou iniciativa após o G1 publicar e pasmem, nada foi apurado, somente reproduzida a matéria na íntegra. Um belo papel de um jornalista em, ainda mais que é referência no município... Fora que antes mesmo do fato se tornar matéria, o pai de santo já havia se pronunciado pelas redes sociais, impossível não terem notado nada. É mais fácil fingir que não viu para não comprar a briga, só pode!

Quando falamos em veículos de municípios menores, é de se esperar que a apuração seja ainda melhor pela proximidade aos fatos e fácil acesso aos envolvidos. Porém, neste caso, essa expectativa se tornou decepção.

Apesar tudo, é muito satisfatório saber que uma denúncia feita pelo Correio tomou grande repercussão em um estado que nem circulamos de forma impressa. É ai que vemos a importância dos grandes veículos de comunicação do país e sua influência.

 

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