Existem políticos que criam suas marcas na história seja pelos seus feitos, pela sua carreira ou mesmo por afiliação partidária e pessoal. Francisco Oswaldo Neves Dornelles é um exemplifica tudo isso. Pelo lado paterno, tem parentesco com Getúlio Vargas. Já pelo materno, com Tancredo Neves. Apenas por esses dois nomes, mostra o poder que ele tinha no meio. Por isso, seu falecimento vai além das esferas territoriais do Rio de Janeiro.
Dornelles, como era conhecido, faz uma carreira política no antigo PFL (hoje União Brasil) e no PPB (hoje PP). Foi deputado da constituinte de 1988 e um dos nomes mais influentes da política fluminense em Brasília. Já no Rio de Janeiro, tinha um reduto forte na capital, mas conseguia abranger outras regiões do estado, pela sua eficácia em obter grandes apoios nas conversas. Uma habilidade única para os políticos.
Além da Câmara, também fora senador e até ministro nos governos de Fernando Henrique Cardoso. Seu último ato de grandeza na política foi ter sido vice-governador do Rio no mandato de Luiz Fernando Pezão e assumido o Palácio Guanabara nos meses finais da gestão.
Além da sua carreira na política, Francisco Dornelles também foi marcante no meio acadêmico, na Fundação Getúlio Vargas. Não por menos, o velório será na sede da praia de Botafogo. Na universidade, entrou como professor em 1967 e coordenou o Programa BID-FGV, sobre legislação fiscal e aduaneira dos países da Associação Latino-Americana de Livre Comércio. Fora isso, publicou diversos trabalhos, artigos e participou de várias conferências, cursos, congressos e seminários, recebendo várias condecorações pelos seus feitos educacionais.
Não apenas o Rio perde um político de renome como o Brasil, pela sua simbologia em terras fluminenses e no cenário do Planalto Central. Dornelles deixa um grande legado e entra para a história como um dos grandes políticos cordiais de uma geração que lutou bastante pelo futuro e pelas melhorias da nação, visando o seu progresso econômico e social.
