Um Natal de orações e solidariedade para Laura e Michelle

Por Cláudio Magnavita Castro*

Jair Bolsonaro com a esposa Michelle e a filha Laura

Existe um soluço que toca o coração. O soluço do choro de uma filha que não pode abraçar o pai, de uma esposa privada da presença do seu companheiro. O que teremos neste Natal será algo que precisamos refletir. Um pai, um esposo que estará fora de um confinamento de 12 m² quadrados, trocado por um leito de um centro cirúrgico para mais uma operação. Um ser humano moído por uma condenação sem o direito de uma defesa plena e justa. Quis o destino que o primeiro Natal, um 25 de dezembro, no qual se comemora o nascimento do Messias, fosse em um ambiente hospitalar, com sedação, bisturi, cortes, sutura, bolsa de sangue, oxigênio e monitoramento de sequelas de uma facada que muitos consideram ficção.

Acertou Michelle ao impedir que a política prevalecesse sobre a fragilidade de um homem. Expor um ser humano fragilizado pela doença, por crises ininterruptas de soluço, era colocar a política acima da humanidade e da saúde. Uma filha precisa de um pai amoroso. Precisa de um pai vivo para vê-la crescer, se formar e brindar pequenas vitórias comuns aos mortais. Quem viveu os dias de incerteza após a facada sabe o quanto a vida foi segurada por um fiapo de esperança e oração. O Mito é imortal e cresce ainda mais quando se desprende da perecibilidade da material.

Este Natal de 2025 será, para a Laura e sua mãe Michelle, um Natal de orações, para que este suplício físico seja superado. Para elas terem o seu Messias em uma mesa cirúrgica em pleno período natalino é a materialização e humanização de uma dor que só elas sabem a intensidade. Uma dor que só quem chora compulsivamente até soluçar sabe o martírio que um núcleo familiar tão pequeno vem passando. São duas mulheres que lutam: uma pré-adolescente e uma mãe e esposa, que estarão ao lado de um paciente em cirurgia. Elas merecem toda a solidariedade. São as grandes vítimas de um jogo político que desumaniza quem participa.

Hora de orar e ter fé e solidariedade. Hora de acalentar e pedir que Deus guie a mão desses médicos encarregados de cuidar do pai de Laura e do esposo de Michelle. Hora de sermos mais humanos e solidários.

*Claudio Magnavita Castro é jornalista e filho de Dilma (92 anos) e Waldir (99 anos)