Pobreza cai no Brasil, mas ainda aflige 1 em cada 4 brasileiros. Mais uma do banqueiro golpista Daniel Vorcaro
1-MAIS UMA DO GOLPISTA. Vorcaro usou terreno superfaturado e fundos de pensão para comprar o Master. Por Natália Portinari e Mariana Barbosa. A compra do então Banco Máxima, hoje Master, pelo banqueiro Daniel Vorcaro foi baseada em uma operação com indícios de fraude e superfaturamento, mostra documentação apresentada por ele ao Banco Central e obtida pelo UOL. A aquisição foi financiada indiretamente por recursos de fundos de pensão de servidores públicos, com aportes desses em um fundo de investimentos, cujos gestores, ligados a Vorcaro, foram condenados por fraude. Compra do Máxima - O BC avaliou a compra do Máxima ao longo do ano de 2018. Uma das condições para a aprovação era um aporte de R$ 50 milhões no banco por parte de Vorcaro. Para justificar a origem desse dinheiro, Vorcaro declarou uma receita operacional bruta de R$ 89 milhões no ano anterior da Viking Participações, sua empresa no setor imobiliário. Parte dessa receita teria vindo da venda, por R$ 57 milhões, de um futuro condomínio de casas em Jequitibá (MG), município de 5.000 habitantes a duas horas ao norte de Belo Horizonte. Vorcaro apresentou ao BC um contrato de compra e venda, em que a Viking teria vendido o loteamento por esse valor ao Fundo Imobiliário São Domingos — à época, o fundo tinha entre seus ativos a Máxima Realty, uma sociedade entre o grupo Multipar, da família do próprio Vorcaro, e o Banco Máxima. (...) (TAB-UOL)
2-POBREZA AFLIGE UM EM CADA 4 NO BRASIL. Pobreza cai ao menor nível desde 2012, mas ainda aflige 1 em cada 4 no país. Por Alexandre Novais Garcia. Os percentuais de brasileiros que vivem na linha da pobreza (23,1%) ou da extrema pobreza (3,5%) mantiveram a trajetória de queda registrada após o fim da pandemia de Covid-19 e fecharam 2024 no menor patamar desde 2012, ano que marca o início da série histórica do indicador, segundo dados revelados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). População em situação de pobreza no Brasil é a menor dos últimos 12 anos. Os dados apresentados pela Síntese de Indicadores Sociais revelam que a condição de extrema pobreza no país caiu 0,9 ponto percentual, de 4,4% para 3,5%, entre 2023 e 2024. Na totalidade, a pobreza registrou uma redução de 4,2 pontos percentuais, ao passar de 27,3% para 23,1%. Condições extremas atingiam 48,9 milhões dos brasileiros no ano passado. O número representa quase um quarto da população brasileira, estimada em 211,8 milhões de habitantes no ano passado. Em um ano, cerca de 10,1 milhões de brasileiros abandonaram as linhas de pobreza. Estimativas do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - consideram as definições de pobreza do Banco Mundial. As métricas consideram o rendimento diário em dólar por indivíduo. A linha de extrema pobreza está fixada atualmente em US$ 2,15 (R$ 11,50) por dia. Já a definição de pobreza é caracterizada por um poder máximo de compra de US$ 6,85 (R$ 36,65) por dia. Situação é mais grave entre os habitantes de áreas rurais. Enquanto 7,2% da população do campo foi considerada extremamente pobre, nas áreas urbanas o percentual foi de 3%. Em relação à pobreza, a proporção de pobres em domicílios rurais chegou a 43% no ano passado, contra 20,4% nos domicílios urbanos. Rendimento dos 20% mais ricos é 11 vezes superior ao dos 20% mais pobres. A razão de 11,2 vezes aparece acima de países latino-americanos, como Chile (10,1 vezes) e México (7,8 vezes), e de países europeus, como Portugal, Espanha (5,5 vezes em ambos), Itália (5,4 vezes), França (4,5 vezes) e Suécia (4,3 vezes), mais próximos da média da OCDE (5,3 vezes). (...) (UOL)
(*) José Aparecido Miguel, jornalista, diretor da Mais Comunicação-SP,
trabalhou em todos os grandes jornais brasileiro - e em todas as mídias.
E-mail: jmigueljb@gmail.com
