Um roubo que mostra as falhas de Macron

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Mais do que tentar saber as causas do grande furto no Museu do Louvre, o caso abre uma pronfunda fraqueza no governo de Emannuel Macron. Se a disputa no parlamento para formar uma equipe de coalizão está complicada, com este caso, usa base política fica ainda mais difícil, fortalecendo as opiniões da oposição.

Macron não está enfrentando um governo conforme enfrentava em mandatos anteriores, com um parlamento muito dividido e tomado por partidos de oposição às suas ideias. Uma possível coalizão com a centro-esquerda poderia ser a salvação, mas isso iria requer muitas demandas de seu programa de governo e, por isso, deve a ter descartado. Contudo, deve-se mesmo olhar para o crescimento da direita e de Marine Le Pen, que deve vir forte para a eleição presidencial de 2027.

A França, durante anos, sempre foi uma potência na Europa e um dos países mais importantes da Zona do Euro. Ver sua situação política em colapso, com trocas constantes do primeiro-ministro, prova que o país não tem mais a mesma política de antes. Se em décadas passadas nomes como De Gaule, Schuman, Queille, Millerand, Poincaré, Briand e Bideault eram símbolos de estabilidade e de negociação, hoje não existe um para isso. O último pode ter sido Jacques Chirac, pois nem Sakozy fez um governo considerado de bom trânsito entre os partidos.

Falta a Macron a habilidade de grandes políticos de negociar e arranjar meios termos entre as propostas para não ter essa grande rotatividade de primeiros-ministros e nem de convocar eleições parlamentares a cada dois anos, para obter maioria no parlamento.

Ele deve saber que, se fizer isso agora, não será mais a segunda força e sim a terceira, com a direita assumindo o posto de primeira ou segunda, fazendo revezamento com a centro-esquerda. Por isso, vai ficar lutando para ter um grande números de primeiros-ministros e bater recorde na era da França Moderna.

Macron entrou no poder como uma onda de mudança para a França, mas perdeu fôlego ao longo do tempo. Pode sair não pela porta dos fundos, mas de um jeito que não deixará saudades para a população francesa.