A música como voz da ancestralidade

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Ícone da música e da moda brasileira, a cantora IZA lançou na noite desta quinta-feira (18) os singles "Caos e Sal" e "Tão Bonito", que trazem uma forte conexão da carioca com o reggae e com o Egito Antigo. O Correio da Manhã participou da coletiva de lançamento das músicas e lançará uma matéria especial sobre elas na próxima edição, mas é curioso reparar como IZA busca essa conexão com pontos que marcaram sua infância para construir seus sucessos futuros.

E essa conexão, tanto sonora quanto estética, com temas que exaltam a ancestralidade é algo muito interessante de se reparar na cena musical de 2025.

Durante a Rio2C 2025, o cantor Péricles afirmou em um painel que o "Pagode é a voz da ancestralidade", porque a música é capaz de resistir ao tempo e trazer histórias, ritmos e valores de gerações antigas para os tempos atuais.

Ver a cena musical brasileira abraçando a ancestralidade como tema de suas "novas eras" é muito curioso. É, na verdade, motivo de orgulho, principalmente para artistas negros, que estão conseguindo dar holofotes a temas antes marginalizados ou considerados "de vagabundo". O ritmo brasileiro é marginal, é vibrante, é autêntico, é ancestral.

Exaltar esses fatores é prestar uma homenagem mais do que digna, necessária a gerações apagadas e esquecidas pelo mercado nacional.

Esse "Brasi Polifônico" abraça as diferentes heranças culturais, aquecendo o mercado musical nacional e blindando a entrada de ritmos que conquistam o continente, como o 'Reggaeton', com o grande investimento de gravadoras americanas. Em vez de importar, IZA traz seu próprio Reggae com raízes brasileiras. Fantástico!