Por: Paulo César de Oliveira*

Segurança é problema crucial

O assunto já foi explorado aqui algumas vezes e, pelo visto, continuará sendo objeto de outros comentários até que providências efetivas sejam tomadas visando sua solução. Falo da violência que, sem combate efetivo, vai tomando conta da vida do brasileiro que, somos obrigados a reconhecer, mesmo acuado permanece inerte, sem cobrar providências efetivas das chamadas autoridades.

É assustador ver como a violência de todo tipo grassa país afora- em alguns estados, como Goiás, o governador Ronaldo Caiado conseguiu reduzir os índices- enquanto quem deveria combatê-la se omite. Não falo apenas da ação policial, que é falha também, seja por falta de comando, de conivência ou, mais grave, por falta de instrumento legal para agir. Quando se vê, como na semana passada em Belo Horizonte, um homicídio pratica por alguém com 44 registros em sua ficha criminal, fica evidente que há algo de muito errado em nossa legislação.

Quando a imprensa registra que uma criança de nove anos matou a própria mãe a facadas, percebe-se que há algo de muito errado na sociedade. Quando se vê que 33 motociclistas morrem por dia em acidentes de trânsito, quando as estatísticas mostram que 2 aparelhos celulares são roubados por minuto no país e que centenas de mulheres e crianças são vítimas de violência física e sexual diariamente, temos a certeza de que tudo, tudo mesmo, está errado na segurança. Enquanto nos omitimos o crime organizado, e também o "desorganizado", o primeiro por sua força política e o segundo pela impunidade- antes diziam que era pela pobreza- aumentam. Em número e em uso da violência.

Sem pressão da sociedade, que por medo da bandidagem ou por comodismo mesmo, permanece inerte, não vamos mudar esta realidade nos próximos anos. Se uma PEC, como da Segurança- proposta pelo ministro Ricardo Levandowski, ministro da Justiça e Segurança Pública- que visa organizar o sistema de segurança no país, não consegue andar no Congresso por pressão de governadores, imaginem como serão tratadas as demais mudanças necessárias.

Certamente sem mudanças nos Códigos Penal e de Processo Penal e também na Constituição, não conseguiremos punir com o rigor necessário os criminosos. Porque os criminosos precisam ser punidos dentro da lei, de forma rápida, e não pela violência policial.

E nada será feito se a sociedade não pressionar por mudanças. Há muito comprometimento com o crime impedindo a ação de quem deveria agir.

*Jornalista e diretor-geral

da revista Viver Brasil