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Doar órgãos ajuda a salvar vidas

A doação de órgãos é mais do que um ato de solidariedade; é um pilar fundamental para a sustentação do sistema de saúde brasileiro, garantindo a milhares de cidadãos a chance de uma nova vida. O Sistema Nacional de Transplantes (SNT), vinculado ao Ministério da Saúde, é reconhecido como o maior programa público de transplantes do mundo, financiando a maior parte dos procedimentos através do SUS (Sistema Único de Saúde).

No entanto, o cenário atual ainda apresenta um desafio alarmante: o descompasso entre a demanda e a oferta. De acordo com dados recentes, mais de 80 mil pessoas aguardam por um transplante de órgão ou tecido no Brasil, sendo o rim o órgão com a maior lista de espera. A espera angustiante impõe um fardo significativo ao sistema de saúde, elevando os custos de tratamentos prolongados e impactando a qualidade de vida e a produtividade de uma grande parcela da população.

A negativa familiar, que ainda atinge uma alta porcentagem dos casos potenciais de doação (cerca de 40-50%), é o principal obstáculo para a redução da fila. A falta de diálogo prévio e a desinformação sobre a morte encefálica e a segurança do processo de doação contribuem para essa recusa.

Portanto, fortalecer a cultura de doação é uma prioridade nacional. O ato de comunicar o desejo de ser doador à família é o passo mais crucial para concretizar esse gesto de amor e esperança. Cada doador potencial, após a confirmação da morte encefálica, pode salvar até oito vidas, além de restaurar a visão ou outras funções com a doação de tecidos. Investir em conscientização e na melhoria da logística de captação é investir na eficiência do SUS e, sobretudo, na salvação de vidas.