Uma escola sem celulares pode parecer, para alguns, uma medida drástica em tempos tão digitais. Mas os dados não mentem: mais de 80% dos estudantes brasileiros afirmam que têm prestado mais atenção nas aulas desde que o uso de celulares foi restringido em sala. A lei, sancionada em janeiro de 2025, parece ter dado um passo certeiro na direção de uma educação mais focada e produtiva.
Nos primeiros anos do Ensino Fundamental, onde a base do aprendizado é construída, o impacto é ainda mais expressivo: 88% dos alunos relataram melhora na atenção. No Ensino Médio, a taxa chega a 70%. Esses números falam por si. A escola recupera, pouco a pouco, seu lugar como espaço de concentração, escuta e troca real, não mediada por telas.
A presença constante dos celulares em sala vinha gerando um ambiente de dispersão, competição por atenção e, muitas vezes, exposição a violências silenciosas como o bullying virtual. A pesquisa da Frente Parlamentar Mista da Educação, em parceria com o Equidade.info, mostra que 77% dos gestores e 65% dos professores perceberam uma queda nesses episódios. Ainda que apenas 41% dos alunos tenham notado essa melhora, o dado já aponta para um avanço relevante, e para a necessidade de continuar ouvindo quem está na ponta: os estudantes.
No entanto, não se deve confundir o veto ao celular com a solução de todos os problemas escolares. Ele é, na verdade, o ponto de partida. É fato que 44% dos estudantes relataram sentir mais tédio nos intervalos, e quase metade dos professores percebeu um aumento da ansiedade entre os alunos.